Preços das casas de luxo são os únicos a baixar

As casas da zona ‘prime’ de Lisboa, onde o metro quadrado estava a ser vendido a 12.000 euros no período pré-Covid, já estão a ser comercializadas abaixo dos €7.500/m2, segundo dados da Confidencial Imobiliário.

O mercado imobiliário de luxo em Portugal esteve em alta nos últimos seis anos, mas a pandemia já começa a provocar os primeiros danos. Os imóveis ainda estão a ser colocados no mercado com os preços referenciais que existiam antes da pandemia (o chamado asking-price) mas os valores a que acabam por ser efetivamente comercializados já mostram uma tendência de descida. Na conferência organizada pela Associação Portuguesa de Resorts (APR), realizada no âmbito do SIL – Salão Imobiliário de Portugal, ficou a saber-se que o mercado de luxo já se ressente da falta de clientes internacionais, com o consequente impacto no valor de venda das habitações.

Dados apurados pela Confidencial imobiliário apontam para descidas de preços das casas do segmento mais alto, não só nas que estão integradas em resorts, mas também nos empreendimentos de luxo no centro de Lisboa, onde a procura internacional, que alimenta este mercado, “sofreu uma descida na ordem dos 50%  entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020”, adiantou Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.

Também nos resorts, onde o perfil da procura é igualmente muito marcado pelos compradores estrangeiros, os preços das casas começam a sofrer pressão para descer. “Também aqui, o impacto é muito mais sentido na gama alta do que na gama média. Aqui, assistiam-se a transações acima dos €11.600/m2 no segundo semestre de 2019 e esse segmento pouco ultrapassou a média dos €8.000 neste primeiro semestre”, reforçou Ricardo Guimarães, fazendo o contraponto com o mercado mais orientado para a classe média onde os preços continuam a mostrar resistência à descida.

Na semana passada, o Eurostat, departamento de estatísticas europeu, dava conta que os preços da habitação em Portugal estavam a aumentar acima da média europeia (7,8% versus 5%) no segundo trimestre deste ano, colocando o país na quinta posição entre os que registam os maiores crescimentos.

Fonte: Visão

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