Figueira da Foz Quântica: A Cidade Onde o Futuro se Encontra com o Agora

Imoveis Figueira da Foz

30Era uma vez uma cidade onde as ruas não eram apenas caminhos, mas sinapses vivas de uma mente coletiva, vibrando em sincronia com o pulso de seus habitantes. Esta cidade, Figueira da Foz Quântica, era o coração de um novo tempo, onde o futuro e o presente dançavam entrelaçados, numa coreografia de luz e harmonia.

Ali, cada edifício era mais do que concreto e vidro; era uma entidade moldável, uma extensão da vontade humana e do saber quântico. As fachadas refletiam as cores do dia e as necessidades do momento, como se respirassem junto com a cidade. De manhã, uma escola; à tarde, uma galeria de arte; à noite, um refúgio de paz. Tudo acontecia em sobreposição, na magia dos múltiplos estados, onde as possibilidades coexistiam até o último segundo, até a decisão, até o colapso.

Figueira da Foz Quântica, cercada pela eternidade do oceano, era a prova de que distâncias podiam ser um mito. Pessoas, separadas por quilômetros, compartilhavam uma conexão invisível, entrelaçadas numa teia de comunhão instantânea. Era um lugar onde o tempo era moldável e o espaço, fluido. Onde os sonhos eram transmitidos na velocidade da luz, e as emoções eram partilhadas como a brisa que vem do mar.

E, no coração desse fenômeno, havia uma harmonia quase divina. As decisões eram tomadas como ondas, interferindo e ressoando até encontrarem o equilíbrio. Não havia conflitos que não pudessem ser resolvidos, pois a cidade tinha aprendido com a ciência da natureza que, às vezes, o todo é mais forte que as partes. E assim, em Figueira da Foz Quântica, a paz não era apenas uma meta, mas um estado de ser, uma manifestação da inteligência coletiva.

Essa cidade era uma promessa e um sonho realizado. Um lugar onde o impossível se tornava possível, onde o futuro era esculpido na argila dos princípios quânticos e na visão de uma sociedade unida. Na Figueira da Foz Quântica, o amanhã era apenas mais um nome para o hoje, um reflexo de um mundo mais justo, mais sábio, e eternamente conectado.

Feng Shui – A Harmonia e a Psicologia das Cores

Imoveis Figueira da Foz

No mundo agitado de hoje, onde até o café parece correr mais depressa do que nós, encontrar um lar que respire paz e energia positiva é uma tarefa quase hercúlea. Contudo, com algumas dicas de Feng Shui, é possível transformar os nossos lares em verdadeiros santuários de tranquilidade e, quem sabe, até descobrir a magia que eles podem oferecer.

No fascinante mundo das cores, o Feng Shui e a psicologia das cores partilham semelhanças que vão muito para além das suas distintas origens. Ambos defendem que as cores têm um poder extraordinário sobre as nossas emoções e bem-estar. Essa influência emocional não é acidental; sendo as escolhas cromáticas feitas de forma intencional, na procura por ambientes que promovam estados desejados.

Se, no Feng Shui, as cores são escolhidas para harmonizar e energizar os espaços, na psicologia, elas são utilizadas para moldar o nosso comportamento e percepção. Muito mais do que um mero recurso decorativo, as cores são ferramentas que moldam as nossas experiências, influenciam as nossas emoções e, em última análise, transformam os nossos espaços e vidas.

O verde, por exemplo, simboliza crescimento e renovação. É ideal para salas de estar e cozinhas, proporcionando uma sensação de frescura que remete à natureza. Traga energia para a sala usando tons de verde-limão, ou calma recorrendo a um verde-azulado.

O azul é como um abraço de um amigo de longa data. É uma cor que transmite calma e conforto, tornando-se perfeita para quartos e casas de banho, onde se busca um ambiente relaxante. A cor laranja é considerada saudável e frutífera, simbolizando o equilíbrio e o entusiasmo. É uma cor que estimula o apetite e, como tal, funciona bastante bem como apontamento na cozinha ou tempero na sala de jantar.

Vermelho, a cor do entusiasmo e da energia, sendo psicologicamente a mais estimulante das cores e, na cultura oriental, associado à sorte e prosperidade. O amarelo irradia alegria e energia. Representa felicidade, optimismo e inspiração, pois é facilmente associado aos tons do verão. O amarelo pastel pode iludir à sensação de iluminação natural de um espaço, sem ser excessivo para os olhos. Um sofá com almofadas em tons quentes, numa paleta de avermelhados, laranjas ou amarelo mostarda despertam alegria e promovem o diálogo. A cor rosa representando amor e compaixão, associado ao feminino, inocência e romantismo. O rosa funciona muito bem em espaços onde se deseja fomentar relações harmoniosas. Use-o nos espaços onde o casal passa mais tempo junto e veja como o clima muda e os desentendimentos diminuem. Já o roxo estimula a imaginação e combina bem num canto de leitura ou mesmo em espaços de escritório. Quando em tons fortes é a cor associada à realeza e ao luxo. Por sua vez, os tons mais amenos e com um subtom azulado (como o lilás), criam uma sensação de relaxamento e serenidade. O branco simboliza pureza e clareza. Tons mais quentes de branco ajudam a tornar o ambiente mais aconchegante, enquanto os tons mais frios tendem a proporcionar uma sensação mais formal que, em excesso, pode resultar numa estética fria e impessoal, lembrando um bloco cirúrgico. Combine com detalhes em cores quentes para evitar que os seus convidados sintam que se precisam de lavar com álcool antes de se sentar no sofá.

Lembre-se, ao escolher as cores para decorar o seu lar está, simultaneamente, a moldar a atmosfera da sua vida. O verde traz frescura, o azul oferece conforto, o laranja abre o apetite e o amarelo ilumina mesmo as manhãs mais cinzentas. O rosa evoca amor, enquanto o branco, bem doseado, sugere clareza e, talvez, uma reflexão sobre a toalha molhada esquecida no canto do quarto.

A cultura chinesa acredita que o equilíbrio é fundamental na vida. Temos dias em que o sol brilha e dias em que as nuvens cinzentas trazem a chuva. Porque não desafiar a sua veia artística transformando a sua casa num santuário de cor? Procure o arco-íris!

Francisca Beja – Macau, in Diário As Beiras (31/10/2024)

Os 8 principais erros na venda de uma casa

Desde não ser o momento certo para vender, a colocar fotos sem qualidade ou a esperar pela melhor oferta. Mas há outros.

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A mudança de uma casa acontece poucas vezes na vida. É um compromisso enorme, tanto a nível emocional como financeiro. Sem experiência e com uma transação complexa em mãos, é fácil cometer erros. Para que consigas vender a tua casa rápido e pelo preço real de mercado, deves contemplar alguns aspetos que referimos a seguir.

1.Pedir um valor demasiado alto pela casa

2.Não estás pronto para vender

3.Vender a casa sozinho

4.Ignora a manutenção e os odores fortes

5.Casa desarrumada nas visitas

6.Postura “não tenho pressa”

7.Escolher bem as fotografias da casa

8.Esconder problemas graves da casa

1. Pedir um valor demasiado alto pela casa

Sabemos que a tua casa tem muito valor para ti e que gostarias de a vender por um preço que consideras ser justo. Para não estares a misturar o valor sentimental com o valor real, é importante avaliares a tua casa e entrares em contacto com profissionais conhecedores do mercado imobiliário.  Ser realista não significa que o preço do imóvel seja demasiado baixo, mas sim que o valor atraia atenção e possa trazer visitas à tua casa.

2. Não estás pronto para vender

Há muitas razões pelas quais deves analisar se este é o momento indicado para venderes a tua casa. Antes de dares esse passo deves pensar no seguinte:

-Já tiveste tempo para organizar, arrumar e preparar a tua casa, tanto por dentro como por fora (caso tenhas varanda ou jardim);

-Uma mudança nos próximos 3-6 meses é algo que queres e podes fazer;

-Calcula o valor de venda do imóvel: vê se é viável para ti;

-Tens a possibilidade de suportar os seguintes custos: a comissão do agente imobiliário, os custos de pequenas reparações/obras, as despesas de mudança, os honorários do advogado, o certificado energético e outros documentos que possam surgir na venda da casa.

3. Vender a casa sozinho

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Vender a tua casa sozinho pode ser aliciante, no sentido em que assim não tens de pagar comissões. Mas se decidires fazê-lo não te esqueças que não vais ter acesso a:

-Ao conhecimento do mercado imobiliário;

-Aos contactos da carteira de clientes da agência imobiliária;

-À ajuda de um agente imobiliário experiente e conhecedor durante o processo.

Também é importante perceber que escolher o agente imobiliário certo não é sinónimo de escolher aquele que te dá a avaliação mais alta ou a taxa de comissão mais barata. Deves fazer uma pesquisa na zona onde queres vender casa e perceber quais são as agências imobiliárias que trabalham nessa área, quantos imóveis têm à venda, com que rapidez vendem as casas e qual o seu historial em conseguir o preço pedido. Antes de escolher, certifica-te de que tens todos os elementos.

Um bom consultor tem geralmente como objetivo atender aos interesses do cliente. Deste modo, ele irá ajudar-te a definir um preço de venda justo e competitivo para a tua casa, aumentando as probabilidades de uma venda rápida.

4. Ignora a manutenção e os odores fortes

É importante fazeres algumas reparações e/ou obras para causar uma boa impressão. Se um jardim parece desarrumado e sem cuidados, pode transmitir que o interior está igualmente mal conservado.  Certifica-te de que apresentas a tua casa em perfeitas condições (sem torneiras a pingar, uma porta de armário que não fecha, tinta a cair) para que os compradores não fiquem com aquela sensação de que há mais coisas por arranjar.

Quanto aos odores, tenta arejar a casa antes das visitas, coloca um ambientador com um cheiro neutro e evita cozinhar antes das visitas ou fumar, por exemplo. Os odores fortes podem afastar um potencial comprador.

5. Casa desarrumada nas visitas

A desarrumação pode ser um grande entrave na hora das visitas e pode demover um potencial cliente na compra da casa. Quanto mais limpo estiver o imóvel, mais fácil é para um potencial comprador imaginar como seria se a casa fosse sua. Evita deixar os móveis repletos de elementos pessoais e não deixes caixas ou roupa espalhada. Este tipo de situação pode desagradar ao comprador e impedi-lo de ver todo o potencial da casa.

6. Postura “não tenho pressa”

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O pensamento de há tempo para vender, quero vender bem e posso esperar, pode fazer com que a tua casa esteja demasiado tempo no mercado. Isso pode “desgastar” a imagem da casa no mercado imobiliário e transmitir desconfiança a possíveis compradores. Depois de verem tanto tempo uma casa à venda, podem começar a questionar-se por que será que essa casa está há tanto tempo à venda, será que tem algum problema, será que o preço está demasiado alto e isso vai afastar as pessoas.

A maioria das pessoas quer vender as suas casas a um preço que atraia compradores, mas que deixe alguma margem de manobra para negociações. Isto pode funcionar, permitindo que o comprador sinta que está a receber um bom valor, ao mesmo tempo que te permite obter o montante de dinheiro que precisas com a venda.

7. Escolher bem as fotografias da casa

Quando começas a procurar casa, o primeiro que fazes é pesquisar imóveis em sites e apps. Nesta fase, as fotografias são muito importantes. Por isso, é tão importante que as fotografias tenham qualidade e contemplem os melhores atributos da tua casa. O ideal é contratar os serviços de fotografia de uma imobiliária para obter resultados de alta qualidade. Considera a possibilidade de adicionares ao teu anúncio um vídeo da casa ou uma vista de 360 graus. Poder “entrar na tua casa” numa primeira visita pode atrair mais compradores.

8. Esconder problemas graves da casa

Quando a casa tem problemas não deves escondê-los, porque mais tarde ou mais cedo o comprador irá descobri-los. Nestas situações podes:

-Colocar o preço da propriedade abaixo do valor de mercado;

-Colocar a propriedade a um preço normal e oferecer ao comprador um crédito para resolver o problema.

Na Imoexpansão Imobiliária estamos sempre prontos para te ajudar a vender a tua casa, contacta-nos através do 233 402 999; 919 958 255 ou info@imoexpansao.pt

In Idealista, tratado por Imoexpansão, 23 Outubro 2024

A Cidade Quântica: metáfora ou realidade emergente?

Imoveis na Figueira da Foz

Portugal, a Europa e o Mundo preparam-se para o lançamento da iniciativa para as Cidades Quânticas, no final de uma conferência que traz a Lisboa (Novembro 2024), durante três dias, algumas das mentes mais brilhantes da academia e da indústria no sector das Tecnologias e da Computação Quântica.

O tema “EU Inauguration of the International Year of Quantum Science and Technology 2025, and launch of the Quantum Cities initiative”, para além da inauguração das atividades já centradas no internacional da tecnologia e da ciência quântica, ousa sem pejo, lançar a ideia de uma pólis capaz de endereçar novas vivências para as urbes europeias, com planeamento, realização e gestão segundo os princípios da sobreposição, entrelaçamento e interferência Quânticas.

Mais uma oportunidade para que pessoas, empresas e instituições possam unir-se no aproveitamento colectivo e inteligente de uma realidade emergente, a segunda revolução quântica, centrada em inovadores e mais seguros processos de comunicação, sensorização e computação.

A analogia com a sobreposição quântica, poderá significar a criação de espaços multiuso e dinâmicos, que se adaptam às necessidades da sociedade em tempo real. Prédios, ruas e infraestruturas poderiam mudar de função, respondendo às demandas instantâneas da população, optimizando o uso do espaço urbano.

No entrelaçamento quântico, partículas separadas por grandes distâncias continuam a compartilhar uma conexão profunda, influenciando-se mútua e instantaneamente. Numa Cidade Quântica, essa interconectividade é projectada em sistemas de comunicação, transporte e energia com reflexo na própria estrutura social.

Cidades quânticas promovem uma cidadania colaborativa, onde o bem-estar colectivo é um reflexo do desenvolvimento individual, criando uma sociedade ética, moral e legal mais coesa e inclusiva.

A interferência quântica refere-se ao fenómeno em que as ondas de probabilidade de diferentes estados interferem umas com as outras, resultando em padrões previsíveis.

Aplicado à governança urbana, isso sugere que as decisões políticas e sociais são tomadas de maneira mais coerente e harmoniosa, considerando múltiplos cenários e suas implicações. Com a tomada de decisões baseada em dados e algoritmos quânticos, pode prever consequências de longo prazo e minimizar conflitos, criando um ambiente urbano mais seguro e experienciável.

Ao traduzir os princípios quânticos de sobreposição, entrelaçamento e interferência em soluções urbanas e sociais, a metáfora das Cidades Quânticas pode ajudar a transformar o modo como vivemos, trabalhamos e interagimos, prometendo um futuro em que as tecnologias de ponta e a organização social convergem para uma realidade emergente e um ambiente urbano mais ágil, flexível e seguro, e assim, mais sustentável, interconectado e inteligente.

Francisco Lavrador Pires| Engenharia, Inovação e Desenvolvimento Organizacional, in Diário As Beiras (17/10/2024)

Cidades do amanhã: o papel da experimentação urbana

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A Câmara Municipal de Coimbra promoveu recentemente uma iniciativa inovadora no bairro da Quinta da Portela: um projecto de experimentação urbana. Durante sete dias, coincidentes com a Semana Europeia da Mobilidade, este bairro transformou-se num laboratório ao ar livre, onde foram testadas novas formas de mobilidade em duas ruas perpendiculares e no cruzamento entre elas. Alteraram-se sentidos de trânsito, convertendo ruas em vias de sentido único, e reduziu-se o número de vias de circulação e de estacionamento. O espaço libertado deu lugar a uma ciclovia e a espaços de convívio para os moradores. A experiência foi anunciada previamente e houve debate com os moradores, no local. Após os sete dias, as ruas voltaram à sua configuração original. Será que as sementes para futuras mudanças ficaram plantadas?

A experimentação urbana é uma nova forma de planear e construir cidades. Funciona como uma espécie de “aprender pelo fazer”, como se promove nas escolas, ou uma abordagem “lean” aplicada à inovação.

Há três fases fundamentais: primeiro, imaginar o que a cidade e as ruas podem ser; depois, implementar as soluções sonhadas numa zona específica; por fim, testar, observando e aprendendo com os resultados. É também uma nova forma de fazer política: mais aberta, inclusiva e colaborativa. O verdadeiro sucesso destas iniciativas, está no quanto se aprende: com esse conhecimento, as soluções podem ser ajustadas ou expandidas para outras áreas da cidade.

Em teoria, a experimentação urbana permite tomar decisões mais informadas e construir uma melhor cidade. Na prática, também; pois as soluções são tipicamente mais fáceis de implementar quando todos estão envolvidos e tiveram uma palavra a dizer. O mais interessante é que este tipo de experimentação permite ter uma visão ambiciosa. A natureza temporária e a circunscrição a uma área limitada facilitam a introdução de soluções ousadas sem o receio de mudança. No entanto, também há riscos: a participação pode ser enviesada por grupos pequenos, mas muito ativos, pelo que é crucial garantir diversidade e representatividade nas opiniões. Depois da experiência, o grande desafio é dar continuidade às acções e continuar o diálogo entre os decisores e os cidadãos.

Este processo de planeamento redefine o papel de cidadão, que precisa de estar informado, envolvido e disposto a ver além do seu interesse individual. Estaremos, enquanto comunidade, preparados para isso?
A experimentação urbana está a ganhar cada vez mais destaque, especialmente no âmbito de iniciativas mais amplas como os “living labs” ou “urban labs”. E não será de estranhar que mais projectos deste género venham a surgir em Coimbra e noutras cidades da região, testando soluções para desafios tão variados como a transição climática, a inovação social ou a mobilidade sustentável.

As experiências geralmente passam por reconfigurar o uso do espaço público, nomeadamente os arruamentos. Tradicionalmente, as ruas de uma cidade são classificadas com base na principal função que desempenham: circulação ou acesso. As “artérias” ou “circulares” possuem várias vias destinadas a facilitar a circulação de grandes volumes de tráfego a velocidades relativamente mais elevadas. Por outro lado, os “arruamentos locais” priorizam o acesso a edifícios e actividades, dedicando menos espaço às vias de circulação e mais a estacionamento e passeios. Outras ruas, designadas como “distribuidoras”, conjugam as duas funções. Recentemente, uma terceira função tem vindo a ganhar relevância: a fruição do espaço público, ou seja, para lazer, mercados de rua, expressão artística ou eventos desportivos.

Reafectar o uso de uma rua significa alterar a sua função principal. Muitas vezes, pretende-se que a mudança seja permanente. No entanto, pode ser ainda mais interessante testar soluções que respondam à variação das necessidades ao longo de um dia (horas de ponta vs resto do dia), de uma semana (dias de trabalho vs fim-de-semana), ou até sazonalmente (épocas turísticas e festivas vs resto do ano).

A título de exemplo e de forma puramente hipotética, permito-me referir três casos que surgiram na minha mente enquanto escrevia este artigo.

Primeiro: a Avenida João das Regras, em Coimbra. Esta avenida, que liga a rotunda do Portugal dos Pequeninos à Ponte de Santa Clara, tem uma clara função de circulação durante os dias da semana, apresentando elevado congestionamento nas horas de ponta. No entanto, ao fim-de-semana, o cenário é outro: o tráfego de atravessamento reduz-se consideravelmente e os passeios e as esplanadas enchem-se de pessoas. Porque não testar, ao fim-de-semana, a redução do número de vias, de duas para cada uma em cada sentido, transformando parte da avenida num espaço de fruição?

Segundo: o Bairro Novo, na Figueira da Foz. No Verão, o tráfego, as necessidades de estacionamento e o movimento pedonal aumentam drasticamente, mas fora da época balnear, o cenário é muito mais calmo. Uma solução que adaptasse o uso do espaço público às variações sazonais poderia trazer benefícios para moradores e turistas.

Terceiro: em muitas vilas e cidades, as crianças já quase não brincam na rua, muito por culpa do tráfego automóvel. Porque não testar a criação de Zonas 30, onde a velocidade é limitada e os peões têm primazia, ou até Zonas de Coexistência, onde o espaço é partilhado de forma segura entre automóveis, bicicletas e peões?

João Bigotte, Docente de Inovação, Urbanismo e Transportes/FCTUC, in Diário As Beiras (02/10/2024)