Edifícios mais eficientes continuam a ser prioridade

Moradias Figueira da Foz

ENERGIA – Todos os anos, quando as temperaturas baixam, volta a ganhar terreno a discussão acerca do conforto térmico e sustentabilidade das habitações. Reclamam-se mais apoios para esta área.

Com <<mais um inverno sem conforto térmico nos edifícios portugueses>> a aproximar-se a passos largos, João Ferreira Gomes, presidente da ANFAJE – Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas eficientes, deixa o alerta: será <<mais um teste à forte resiliência da saúde dos portugueses>>, que face à escalada generalizada dos preços, terão menos possibilidade de manter as suas casas aquecidas. Por outro lado, ainda que alguns tenham disponibilidade financeira, o problema <<já antigo>> da má qualidade das construções será contraprodutivo.

Desta forma, a ANFAJE considera ser fundamental que se continue a promover a eficiência e poupança energética dos edifícios, sobretudo no atual contexto de inflação que poderá agravar a pobreza energética no país, e apela, em comunicado divulgado recentemente, ao reforço de medidas e programas de apoio à eficiência energética. Tendo em conta também o importante combate às alterações climáticas e a dependência energética, o responsável apela ao reforço, para os próximos anos, dos montantes de financiamento dos programas de apoio à eficiência energética inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência. Para a associação é <<urgente executar a totalidade da dotação>>, que se situa num valor de 330 milhões de euros destinados aos edifícios particulares no período de 2021-2026, mas também pensar no depois.

Perante programas como o “Edifícios mais sustentáveis”, com dotações quase no limite (no caso deste 135 milhões de euros para as várias tipologias elegíveis), a ANFAJE sublinha que é preciso garantir que os portugueses possam continuar a melhorar estas questões. Como tal, diz ser <<indispensável complementar os programas e medidas públicas já existentes, com soluções de financiamento para obras de reabilitação, com o envolvimento do Banco de Fomento e com taxas de juro reduzidas>>.

A par desta medida, defende, será necessário <<garantir benefícios para quem investe no conforto e na eficiência energética da sua habitação, benefícios fiscais em sede de IRS para todos os investimentos dos proprietários que têm como consequência uma diminuição da fatura energética>>, acrescenta João Ferreira Gomes. Enquanto associação que atua no setor das janelas, portas e fachadas, a ANFAJE salienta novamente o papel da substituição das janelas antigas por janelas mais eficientes. De acordo com os dados avançaos pela entidade, esta medida permite <<poupar mais do que 40% na fatura energética>>.
Constituída em janeiro de 2010, a ANFAJE representa, a nível nacional e internacional, as empresas portuguesas e os profissionais da área das janelas, portas e fachadas eficientes, e fomenta o desenvolvimento sustentável, a inovação e a formação do setor.

in Diário de Coimbra, 30/11/2022

Proprietários já esperam que travão às rendas chegue aos novos contratos.

Imóveis Figueira da Foz

Governo admite estender travão das rendas a novos contratos de arrendamento. Proprietários não percebem como será dada a compensação nestes casos.

O ministro da Habitação admitiu esta segunda-feira que o travão de 2% às rendas possa ser estendido aos novos contratos de arrendamento, mas os proprietários já assumem essa medida como certa. Em declarações ao ECO, o presidente da Associação Nacional de Proprietários (ANP) diz ter dúvidas quanto à forma como o Governo vai compensar os senhorios nestes casos e diz que estes são mesmo um “alvo a abater” pelo Executivo.

O Governo decidiu que a atualização das rendas em 2023 não poderá ser superior a 2%, mas já admite que essa medida se possa estender a novos contratos de arrendamento, depois de ter sido noticiado que já há senhorios a não renovarem contratos para escaparem a este travão. “Vamos avaliar a extensão da travagem aos novos contratos, com base nos preços dos contratos anteriores”, disse Pedro Nuno Santos esta segunda-feira.

Desconhecem-se mais detalhes sobre as intenções do Governo, mas uma conclusão rápida seria que, no caso de um contrato com uma renda de 1.000 euros que termine em outubro, o contrato seguinte feito por esse senhorio não poderá ter uma renda superior a 1.020 euros.

O presidente da ANP considera que esta “é uma decisão que já deve estar tomada” por parte do Executivo. “Estamos convictos de que vai para a frente”, diz ao ECO António Frias Marques, afirmando que “os proprietários são, realmente, um alvo a abater”.

O representante dos proprietários nota, contudo, que o Governo terá uma “dificuldade” caso a medida se estenda aos novos contratos — “como é que vai depois fazer a compensação aos proprietários?”. Isto porque a medida, tal como está feita atualmente, prevê que haja uma compensação de 3,43% no IRS dos senhorios (2% do “travão” subtraído aos 5,43% do valor do coeficiente de atualização das rendas).

“A compensação é dada sobre os rendimentos auferidos” e, no caso dos novos contratos de arrendamento, “ainda são rendimentos por auferir”, diz António Frias Marques, notando que “há aqui um problema fiscal subjacente”.

O presidente da associação diz que, em qualquer caso, os proprietários irão “acatar a lei” e “fazer contratos de acordo com o que for legal”, mas nota que “isto provoca um grande desgaste e ninguém gosta de ser saco de pancada”.

Nesse sentido, alerta que é ao Estado que “compete dar habitação às pessoas” e que, “nos últimos seis ou sete anos não se construiu uma única casa”. “Não podemos exigir ao proprietário privado que substitua o Estado”, afirma.

Rita Neto, in ECO (08/11/2022)

Custos com a energia obrigam a repensar sistemas de aquecimento

Imobiliárias Figueira da Foz

O aumento do custo da energia é um dos grandes desafios da actualidade, com as famílias a sentirem já o seu peso no orçamento familiar. Por isso, reforça-se o conselho aos consumidores para uma aposta consciente na eficiência energética, que consiste exactamente na utilização racional da energia, por forma a reduzir custos.

Tendo em conta que estamos em pleno inverno e que as temperaturas baixas fazem parte do dia a dia, á que ter em conta um conjunto de boas práticas que, a par do sistema de aquecimento seja ele qual for, possa contribuir para o conforto térmico ao menor custo possível. Partindo da constatação de que o aquecimento central representa cerca de 40% do consumo energético doméstico, há que avaliar qual será a melhor solução. Os especialistas aconselham que, sempre que uma casa tenha um sistema de aquecimento com 15 ou mais anos, a melhor solução seria a de proceder à sua substituição. Mas, como é óbvio, há que ter em conta a disponibilidade financeira, pelo que o ideal é contactar uma empresa especializada que pode ajudar a conjugar as melhores soluções para cada caso.

No caso das caldeiras, há que ter em conta que as caldeiras de condensação são as que oferecem maior eficiência com qualquer tipo de instalação. No entanto, para otimizar o funcionamento da caldeira é necessário que ela esteja dotada de sistemas de regulação, como os termóstatos ambiente programáveis, o que torna compatível o conforto com a poupança energética.

De resto, a literacia em climatização é sempre o melhor ponto de partida.

Sabendo que por cada grau que se aumente à temperatura ambiente, o consumo de energia aumenta 7%, há que saber adoptar as melhores boas práticas. Assim, sem prescindir do conforto em casa, recomenda-se que a habitação tenha uma temperatura ambiente entre 19 e 21°C durante o dia e, durante a noite, se mantenham os quartos a uma temperatura entre 15 e 17°C.

Durante a noite, para evitar ao máximo fugas de calor, devem fechar-se os estores e cortinas. Inclusivamente poderá ser desnecessário ligar o aquecimento se for aproveitado o calor acumulado durante o dia. No caso de se ausentar de casa durante umas horas deve reduzir a temperatura para 15°C. A utilização de válvulas termostáticas nos radiadores permite ajustar a temperatura de cada divisão da casa às necessidades exigidas em cada momento. Outra dica prende-se com a colocação dos radiadores que devem estar debaixo das janelas e não devem estar cobertos com roupas, tal como, no início da temporada, estes devem ser purgados, pois o ar contido no seu interior dificulta a transmissão do calor.

A ventilação da casa é suficiente deixando as janelas abertas durante 10 minutos. Com isso consegue-se renovar o ar sem que se chegue a arrefecer totalmente a casa. É também importante efetuar manutenção preventiva do aparelho visando garantir o seu desempenho original. Finalmente, se possível, deve melhorar-se o isolamento da casa, evitando que o calor produzido se escape. Os sistemas de vidro duplo ou janela dupla reduzem para metade as perdas de calor, tal como se deve proceder à calafetagem das janelas.

in Diário de Coimbra, 30/11/2022

“Que Linda és Figueira”

Apartamentos Figueira da Foz

Os célebres festivais da canção (no então designado Grande Casino Peninsular) traziam novas canções, à época muito vocacionadas para elevar as belezas das localidades, quase a servirem de som promocional das suas belezas. Assim, entravam no éter da então Emissora Nacional tornando-se rapidamente em êxitos nacionais.

Madalena Iglésias, por exemplo, em 1965, apresentou-se com a canção “Que Linda és Figueira”, de autoria de António Antão e Carlos Canelhas.

Mas outros temas brilharam nos pratos dos discos antigos, como “Rainha do Mar”, escrita por Artur Rebocho e Artur Ribeiro. A mesma cantora regressou ainda em 1969, sendo musicalmente acompanhada pela Orquestra de José Santos Rosa.

Com modernidade, ritmo e frescura, mas sem abandonar a elegância melódica que vinha seguindo a música portuguesa, os cantores da década de 60 do século XX deixaram um rasto de valor e incontáveis temas que se imortalizaram e vincaram essa época de ouro da produção de grandes compositores. Esses temas ainda hoje se ouvem por aí, constroem o melhor do cancioneiro português mas apenas na mão de alguns coleccionadores de discos antigos.

Imóveis Figueira da Foz

Madalena, como ela própria escreveu, “ousou ser diferente” e com uma imagem de inigualável beleza, já que “tinhas olhos de cor de mar, um sorriso do tamanho do mundo”, como escreveu Nicolau Breyner, e uma carreira de brilho, fizeram dela uma mulher “feliz” como disse à sua biógrafa, Maria de Lourdes Carvalho.

Madalena Iglésias percorreu a sua profissão/vocação com alto rigor e dignidade, como ela própria referiu. Nascida já no final de Outubro de 1939, em Lisboa, Madalena Lucília Iglésias do Vale, de seu nome completo, inspira-se e entra para as canções, admirando outro nome importante, felizmente entre nós, Maria de Lourdes Resende.

A intérprete protagonizou uma das mais interessantes carreiras da música portuguesa. “Onde Estás Felicidade?”, “Balada das Palavras Perdidas”, “Na tua Carta” e “Setembro” foram alguns dos seus êxitos. Títulos, prémios e distinções internacionais marcaram o seu curto percurso artístico que nunca foi esquecido.

Simone de Oliveira (que também cantou a Figueira!), Artur Garcia, Alice Amaro, entre tantos, pisaram o palco do certâmen, entusiasticamente preparado pela organização, donde sobressaía Severo da Silva Biscaia, o pai da época de outo do turismo figueirense.

Alice Amaro – que também cantou a “Praia da Claridade” – participou no Festival da Figueira, também de 1965, com a canção “Noiva do Mar”, da autoria de Carlos Canelhas (compositor de “Ele e Ela” e muitos outros êxitos) e Álvaro Magalhães dos Santos.

Alice Amaro foi uma das populares vedetas da música ligeira dos anos 1960, tendo iniciado, como muitos, a sua carreira no Centro de Preparação de Artistas de Rádio. Com o tema “A Noiva do Mar”, brilhou e arrebatou o público.

Maria Clara – outra grande voz e que também gravou a marcha do Vapor num disco mandado prensar por João Rocha, o pioneiro da rádio por cabo em época balnear, soube tão bem colocar as palavras do poeta figueirense António de Sousa Freitas com a música de Carlos Nóbrega e Sousa, num patamar que acabou por eternizou aquele trecho musical.

Sons que não se esquecem e que se podem revisitar no canal digital Youtube.

António Jorge Lé – Memorialista, in Diário de Coimbra (12/10/2022)