Esta declaração foi proferida pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação na conferência “High-speed Rail and City-to-City Connections”, em Lisboa. No evento salientou que “fazer de 2021 o Ano Europeu do Transporte Ferroviário deu-nos um excelente pretexto para podermos passar um ano inteiro a falar de comboios na Europa”, mas salientou que Portugal está longe de ter uma das melhores redes ferroviárias da Europa.
Na sessão que antecede o início do “Conecting Europe Express”, uma viagem de comboio pela União Europeia para promover os benefícios deste transporte com início em Lisboa e fim em Paris (7 de outubro), o ministro declarou que “Portugal está longe de poder afirmar que tem uma das melhores redes ferroviárias da Europa. Portugal e Lisboa são do melhor que há na Europa, mas a rede ferroviária não.”
Pedro Nuno Santos salientou que, “após décadas de desinvestimento”, a rede ferroviária está a sofrer uma recuperação, com todos os principais corredores a serem modernizados. Acrescentando que a linha Évora-Elvas, que considerou ser “uma peça-chave para a ligação rápida entre Lisboa e Madrid”, está a avançar.
Na opinião do governante, o transporte ferroviário tem uma eficiência energética “imbatível” pelo facto de “estar eletrificado em maior escala do que qualquer outro modo de transporte.” Como frisou: “As cidades vão ter de se libertar da dependência do automóvel e o comboio estará no centro da mobilidade”.
A rede ferroviária tem, segundo o ministro, de contribuir para uma transição climática que seja justa e equilibrada. Como disse: “Sem justiça social, não haverá uma transição climática.” Defendendo, por isso, que “não será possível nem é justo obrigar as pessoas que já passam dificuldades diariamente a suportar maiores custos em dinheiro ou em tempo, quando ambos esses recursos já são tão escassos nas suas vidas” e que “a liberdade de escolha é, por vezes, um luxo” pelo que existe “a obrigação de oferecer aos cidadãos soluções que lhes permitam, ao mesmo tempo, melhorar a sua qualidade de vida e ser mais sustentáveis para o ambiente.”
O ministro das Infraestruturas e da Habitação sublinhou ainda que estão “em curso obras de modernização em todos os principais corredores da nossa rede ferroviária” e estão também “já bastante avançadas as obras da construção do maior troço de nova linha férrea em muitas décadas, a nova linha Évora – Elvas, que é uma peça chave na criação de uma ligação rápida entre Lisboa e Madrid.”
Para a próxima década, destacou, “Portugal tem três grandes prioridades para o desenvolvimento da sua rede ferroviária: concluir a eletrificação e modernização de toda a rede, resolver quatro as limitações à capacidade nas áreas metropolitanas, e criar um eixo da alta velocidade entre o Porto e Lisboa, estendendo-o depois para Norte até à Galiza.”
A comissária europeia para os Transportes, Adina Valean, que também participou na sessão, mencionou que a União Europeia tem a segunda rede ferroviária mais longa do mundo e uma das mais densas e garantiu que na estratégia de mobilidade sustentável está incluída “a duplicação do tráfego ferroviário de alta velocidade até 2030 e o seu triplo em 2050.” Mas para que isto aconteça, disse, “terá que ser concluída a rede transeuropeia de transporte.”
A comissária recordou que construir ou melhorar a infra-estrutura ferroviária “leva o seu tempo”, pelo que tem de ser melhor gerida sendo a este nível que “entra a digitalização.”
(Fonte Magazine Imobiliário, tratado por ASMIP)