A subida da taxa de juro é um dos indicadores económicos mais importantes para avaliar a saúde de uma economia. A taxa de juro, é o custo, medido em percentagem, decorrente do empréstimo de determinado montante de capital. Quando a taxa de juro sobe, fica mais caro contrair empréstimos, o que pode afetar negativamente o consumo e o investimento.
Existem várias razões pelas quais a taxa de juro pode subir. Uma delas é a inflação, que é a subida generalizada dos preços dos bens e serviços. Quando a inflação aumenta, as autoridades monetárias, podem aumentar a taxa de juro para controlar a inflação e manter a estabilidade económica. Outra razão é o aumento da procura de empréstimos, o que pode levar a uma escassez de recursos e a uma subida da taxa de juro.
Relativamente a crédito à habitação, tanto para habitação permanente, como para habitação secundária, ao haver uma menor disponibilidade dos bancos em emprestar dinheiro, por falta de liquidez, estes serão ainda mais criteriosos na análise de risco, dos créditos à habitação.
A subida da taxa de juro tem vários efeitos na economia. Em primeiro lugar, aumenta o custo do crédito, tornando mais difícil para as pessoas e as empresas conseguirem financiamento. Isso pode levar a uma redução na procura de bens e serviços, o que pode afetar negativamente a atividade económica. Além disso, a subida da taxa de juro pode levar a uma desvalorização da moeda, o que pode tornar mais caro importar bens e matérias-primas.
No caso do crédito à habitação, com condições menos favoráveis actualmente que num passado recente, afecta principalmente os jovens, com pouco tempo no mercado de trabalho e rendimentos mais reduzidos. A habitação será sempre uma necessidade, se as famílias não reunirem condições para poder comprar casa, vão ter de arrendar, dinamizando o mercado de arrendamento, contribuindo para um aumento das rendas, ficando as rentabilidades mais atrativas para os investidores do mercado de arrendamento de longa duração.
No entanto, a subida da taxa de juro também tem alguns efeitos positivos. Por exemplo, pode incentivar as pessoas a poupar mais dinheiro, o que pode ajudar a aumentar a poupança e a estabilidade financeira. Além disso, a subida da taxa de juro pode atrair mais investimentos estrangeiros para a economia, o que pode ajudar a aumentar o crescimento económico.
Equilibrar a necessidade de estabilidade económica com a de crescimento, não é fácil, e nem todos os países o conseguem.
Quando a inflação se verifica apenas num determinado país ou região económica, a estabilidade económica é mais fácil de atingir, pois ao atrair um maior volume de investimento estrangeiro, pode acelerar o crescimento da economia.
Deverão ser implementadas medidas reguladoras aos sectores, sobre pena de uma economia, ou região económica, ficar refém dos interesses de grandes grupos económicos.
Quando a inflação é generalizada, contrariar a instabilidade económica fica mais difícil, pois todos estão expostos, inclusive o investimento estrangeiro.
Como em tudo, há sempre duas faces da mesma moeda.
Cabe aos governantes adoptarem medidas acertadas e rigorosas, sem penalizar a sua população, pois esta é parte integrante da economia, e se as medidas não forem com conta, peso e medida, poderão causar danos irreversíveis, arrastando a instabilidade económica por mais tempo, do que o desejável.
Em resumo, a subida da taxa de juro é um indicador importante da saúde económica de uma economia. Embora possa ter efeitos negativos, como aumento do custo do crédito e redução da atividade económica, também pode ter efeitos positivos, como aumento da poupança e atração de investimentos estrangeiros. Portanto, é importante que as autoridades monetárias equilibrem as necessidades de estabilidade económica, com as necessidades de crescimento económico.