Depois dos escritórios, hortas urbanas preparam-se para chegar aos supermercados

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A brasileira BeGreen vai expandir o negócio das hortas urbanas para Portugal, começando pelos tetos dos supermercados. Até meados 2024, esperam que camas de cultivo comecem a dar frutos.

Em 2020, os espaços “verdes” começaram a crescer dentro dos escritórios em Portugal com o intuito de incentivar os colaboradores a aproveitarem as pausas para cuidar das hortas. O objetivo passa por promover um ambiente propício a desconectar do ritmo acelerado do dia-a-dia, conectando-se com a natureza.

A portuguesa Noocity lançou as “primeiras sementes” deste conceito nos terraços e varandas de empresas como a Microsoft, Natixis e Farfetch, e rapidamente o negócio expandiu para outros espaços corporativos. E despertou interesse no mercado. Depois de a portuguesa abrir portas para o setor, é a vez da brasileira BeGreen entrar em Portugal para competir neste mercado, piscando os olhos aos supermercados para serem os anfitriões das suas primeiras hortas.

“Temos muito interesse no mercado português. Apesar de ser um país pequeno, tem consumos de hortícolas muito elevados. Vemos aqui uma grande oportunidade”, revela ao Capital Verde Giuliano Bittencourt, CEO da startup que dá agora os primeiros passos na sua expansão para Portugal, depois de ter sido um dos vencedores do Programa Banco Montepio Acredita Portugal da Unlimit, em 2022.

Até ao final de 2023, a startup brasileira, responsável pela maior estufa urbana da América Latina – feito alcançado, graças a uma tecnologia que aumenta a produtividade em 28 vezes por metro quadradopretende assentar em Lisboa e contratar 35 pessoas. Esta equipa ficará encarregue de fechar os contratos para a instalação das primeiras hortas urbanas em supermercados. Neste momento, decorrem as negociações com alguns retalhistas, que a empresa prefere não revelar quem são. No entanto a expectativa de Bittencourt é que as primeiras hortas urbanas comecem a dar frutos em meados de 2024.

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Estamos a negociar com alguns supermercados em Portugal para podermos perceber a procura”, explica o responsável, acrescentando que a ideia será fechar contratos de exclusividade com estes espaços. “Os supermercados receberiam 100% dos nossos produtos”, diz, sublinhando que a ideia será replicar o que já acontece nas hortas urbanas espalhadas pelas oito cidades no Brasil.

A primeira nasceu em 2017, em Belo Horizonte, com a inauguração de um espaço próprio de mil metros quadrados denominado de BeGreen Boulevard. Mas o negócio rapidamente “floriu” para o terraço de empresas, como a fábrica da Mercedes-Benz, em São Paulo, ou centros comerciais, como o Via Parque Shopping, no Rio de Janeiro. Estes espaços, que por vezes abrigam supermercados, são o destino dos alimentos produzidos nestas hortas e que são posteriormente vendidos aos consumidores ou distribuídos pela área de restauração.

“O grande motivo que nos levou a criar este projeto prende-se com o facto de que 70% de tudo o que é produzido em termos ultra perecíveis – como vegetais ou frutas – acabam no lixo. Desde a saída do alimento do produtor até chegar ao consumidor, existe muita perda e desperdício”, explica o responsável. “A nossa ideia é trazer os produtos para mais perto do consumidor”, acrescenta. Desta forma, poupam-se também nas emissões de dióxido de carbono que resultam da distribuição de alimentos de longa distância.

Em 2022, foram produzidas nessas oito hortas do Brasil 200 toneladas de hortícolas, desde alfaces, tomates, coentros ou salsas. “Os nossos produtos são entregues diariamente. Ou seja, os produtos vendidos nesses espaços são sempre frescos”, assegura Giuliano Bittencourt.

Além de garantir uma melhor capacidade para produzir através de uma tecnologia que otimiza a rega e a climatização dos alimentos, reduzindo o recurso à água e à energia, a BeGreen garante ter hortas mais resilientes ao clima.

A agricultura convencional não tem resiliência climática, sofre muito com as alterações climáticas. Seja por excesso de chuva, muito frio ou calor, então quando fazemos uma horta altamente tecnológica, dentro do centro da cidade, além de reduzir a distância entre o produto e o consumidor, conseguimos produzir com tecnologia e produzir mais por metro quadrado do que um produtor convencional”, sublinha.

Com sementes selecionadas, as plantas são cultivadas recorrendo a hidroponia, técnica que permite que as raízes se desenvolvam na água e com a ajuda de soluções à base de nutrientes naturais. Esta técnica permite que o consumo de água seja 90% inferior quando comparado com a agricultura convencional. O processo adotado também diminui os riscos de contaminação e interferências comuns em caso de mudanças bruscas de temperatura.

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BeGreen

Noocity soma e segue carteira de clientes e expande para Espanha e Itália.

A BeGreen segue assim as marcas da Noocity Ecologia Urbana, uma startup portuguesa focada no desenvolvimento de produtos e serviços inteligentes para a prática da agricultura urbana doméstica.

Nascida em 2020, no Porto, com objetivo de “apresentar uma solução de cultivo urbano para a casa das pessoas, caso quisessem instalar uma horta na varanda ou terraço”, rapidamente escalou quando os responsáveis perceberam “que havia um mercado muito interessante no ambiente corporativo”. Ao Capital Verde, o CEO e cofundador, José Ruivo, explica que naquele ano a Noocity decidiu reformatar o “plano de negócios para atender às necessidades destes clientes”.

Desde então, a startup já tem 78 clientes corporativos – empresas, hospitais, centros comerciais ou prédios de habitação – traduzindo-se numa área total de camas de cultivo de 1.1209 metros quadrados, onde são plantados “qualquer tipo de hortícolas”, legumes, pequenos frutos ou ervas aromáticas, sendo a única limitação as árvores ou arbustos devido ao suporte da infraestrutura.

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“O facto de as pessoas poderem desligar-se das máquinas e irem até lá fora [terraço ou varanda], cuidar das plantas, e da terra, é uma atividade muito terapêutica e, portanto, também trabalhamos nesta esfera”, explica o responsável, fazendo a ressalva de que, apesar deste segmento ser a principal área de negócio da startup, a Noocity também tem oferta para aqueles que queiram por instalar uma horta pessoal, em casa.

Além da carteira de clientes estar a crescer, também o está a equipa e os mercados onde estão presentes. Neste momento, a startup portuense soma 12 colaboradores. E, depois de o negócio ter expandido em Portugal, a mais de 10 cidades francesas e Bruxelas, a ideia será alargá-lo a Portugal e fazê-lo chegar até Espanha e Itália.

“Queremos escalar o negócio para outros países e depois pela Europa fora”, revela José Ruivo.

As hortas da Noocity, cuja manutenção está nas mãos dos growers, isto é, agricultores experientes que acompanham cada projeto, também recorrem à tecnologia para otimizar o cultivo de forma a torná-lo mais sustentável. Através do sistema de subirrigação – sistema tipo autorrega que garante que as plantas acedam à água, não só por onde devem, mas também como devem – os consumos de água são reduzidos em cerca de 80%. “Dispensa o cuidado diário com a rega. Acabamos por ter poupanças de água significativas”, explica o CEO.

Além disso, permite que haja compostagem resultante da recolha dos resíduos orgânicos durante a colheita, nomeadamente raízes, eliminando o recurso a fertilizantes ou pesticidas. “Isto gera um fertilizante orgânico e cria uma economia circular nas nossas hortas”, acrescenta José Ruivo.

Jéssica Sousa, In Eco, 08/04/2023

Habitação – o caminho certo no qual importa acelerar o passo.

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Nas últimas semanas, o tema do acesso à habitação ganhou centralidade na agenda política do país e invadiu a discussão pública. É uma boa notícia que todos tenhamos voltado a discutir, com interesse, as escolhas que nos afetam a todos.

Contudo, o problema está longe de ser novo. Recorde-se que o primeiro diploma legal que institui uma política pública de habitação em Portugal foi o Decreto n.º 4137, de 25 de abril de 1918, e que dele constava a referência ao atraso nacional, relativamente a iniciativas do poder legislativo ou executivo de países como a Inglaterra, a França, a Alemanha, a Itália ou mesmo a Espanha, para o desenvolvimento das então designadas “casas económicas”.

Ao longo de mais de 100 anos de políticas públicas de habitação – magnificamente descritos, por exemplo, em “Habitação. Cem anos de políticas públicas em Portugal 1918-2018”, muito foi o caminho andado e as lições aprendidas.

Ora, de 2018, para cá, esse caminho acelerou-se, embora também se tenha agudizado a gravidade do problema na vida de muitos portugueses.

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Com efeito, não só foi adotada, pelo Conselho de Ministros, uma Nova Geração de Políticas de Habitação, como foi aprovada, pela Assembleia da República, uma Lei de Bases da Habitação. Foi neste contexto, marcado pela passagem de uma política centrada na oferta pública de habitação aos mais carenciados, para uma política orientada para o acesso universal a uma habitação adequada, que foram desenhados instrumentos como o “1º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação”, o “Programa de Arrendamento Acessível” ou o “Programa Porta 65 Jovem”.Mas, por outro lado, ao rescaldo da crise da Zona Euro, somaram-se os impactos económicos da crise pandémica da Covid-19 e da guerra da Ucrânia, com os seus efeitos disruptivos nas cadeias de abastecimento e de produção, nos aumentos de preços de alimentos e energia, na inflação e nas taxas de juro, dos quais têm resultado agravadas dificuldades no acesso à habitação.

Não há respostas simples para problemas complexos e, por isso, o pacote “Mais Habitação” procurou combinar várias medidas, atuando em várias dimensões do problema.

O incentivo ao aumento do número de casas no mercado de arrendamento acessível é, provavelmente, o seu elemento central, porquanto para este concorrem medidas já promulgadas, como o apoio extraordinário à renda, mas também medidas ainda em circuito legislativo ou mesmo a discutir no Parlamento, como o estímulo a novos projetos privados para arrendamento acessível, a uma nova geração de cooperativas de habitação, à mobilização de devolutos públicos e privados, à transferência do mercado de alojamento local para o de arrendamento.

Sabendo-se que, segundo os Censos 2021, dos 5.974.719 alojamentos familiares clássicos existentes (+1.7% face a 2011, o que evidencia abrandamento do ritmo de crescimento do parque habitacional, que crescera 16.3% na década anterior), 69% eram residência habitual, 19% residência secundária e 12% se encontravam vagos (i.e., desocupados e disponíveis para venda, arrendamento ou demolição), a direcção escolhida para ser a correta.

Importa agora acelerar o passo.

Marta Temido, PS, in Diário As Beiras (04/04/2023)

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Empreendedora é aquela pessoa que arrisca, quase sempre entusiasmada.

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Empreendedora é aquela pessoa que arrisca, quase sempre entusiasmada com uma ideia que vai inovar alguma atividade, escapa da caixa regulatória ou apresenta um serviço, ou nível de serviço, que não existia, ou não existia numa determinada área geográfica.

No Portugal recente tens, entre poucos mais no que concerne à iniciativa privada, os exemplos das primeiras pessoas que arriscaram os tuk-tuk em Lisboa e o AL na província (este último estimulado por programas públicos e mais tarde levado para os centros urbanos).

Quase sempre o empreendedor origina uma atividade que à medida que decorre o tempo passa a ser, naturalmente, balizada e enquadrada legalmente, atraindo mais agentes económicos aliciado pela perspetiva de ganhos maiores, que são o prémio para os primeiros a ocupar um espaço económico.

As pessoas que seguem o empreendedor gostam que o espelho lhes diga que são também empreendedoras, claro, e daí não viria mal ao mundo se essa auto-imagem se ficasse no quarto de vestir. Perante o mundo, perante a economia, quando se auto-proclamam empreendedoras duas coisas podem acontecer: são alvo da chacota generalizada ou são alvo de piedosas concordâncias nos círculos próximos de pares ou familiares.

Um imitador não é um empreendedor: é um imitador. São muito bem-vindos: se há um novo mercado que se abre, isso é bom, é positivo para a sociedade toda. Mas um imitador não é um empreendedor: quando entra o território já está demarcado, os melhores lugares do lucro já foram tomados, a regulação já foi accionada, precisamente para proteger as relações entre os diversos agentes económicos envolvidos.

Um imitador muitas vezes crê que vai ter as mesmas condições de exploração que fizeram a fortuna dos empreendedores. Chama-se a isto iliteracia económica e é infelizmente demasiado frequente no tecido empresarial português.

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Muitas vezes associada a essa manifestação de ignorância é a visão idílica do funcionamento da lei da oferta e da procura. Ao contrário do que sugere a fervorosa liturgia propagada pelos fiéis da Igreja Do Capitalismo, o prémio, a recompensa, vai diminuindo à medida que um mercado aumenta de dimensão, em paralelo com o risco. A partir de certo ponto no tempo, quando um mercado passa a ter um número de ofertas que se equilibra com a procura, a perspetiva de lucro pode mesmo deixar de ser aliciante.

Geralmente por essa altura já os empreendedores e os primeiros ocupantes venderam as suas posições (algumas vezes sob a forma de licenças, quando a regulação começou a funcionar no devido tempo) aos imitadores.

O mercado entra então num novo patamar, o da normalidade. Atraídos pelo que pensavam ser um lucro fácil, os últimos imitadores descobrem-se desiludidos. Não apenas o lucro se tornou difícil como o mercado passou a ser muito mais exigente em termos da dinâmica da oferta, obrigando a uma aprendizagem sobre a diferenciação de produtos.

A partir daí só sobrevivem na zona do bom lucro os melhores profissionais, muitas vezes aproveitando as desilusões dos desistentes para fortalecer posição através da serialização (a concentração proporciona poupanças de escala).

Os imitadores das últimas vagas – quase exclusivamente pessoas crentes que foram tocadas pela liturgia da Igreja do Capitalismo – passam num ápice de ruidosos defensores da iniciativa privada a ruidosos reivindicativos da intervenção do Estado para os proteger e cuidar.

A privatização do prémio e a socialização do prejuízo é um fenómeno amplamente descrito na literatura económica. Em nenhum caso tal fenómeno envolve o empreendedorismo: o empreendedor arrisca tudo pela sua ideia, a glória ou a ruína.

Não te deixes iludir pela Maravilhosa Narrativa de um mundo editorial enfeitiçado pela Igreja do Capitalismo (e sobretudo não confundas essa Igreja, seus xâmanes e crentes, com o capitalismo ele próprio, são coisas distintas): há tão poucos empreendedores e tantos, mas tantos imitadores.

Paulo Querido, Ex-Jornalista, in Diário As Beiras (03/04/2023)

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Tudo, todos, em todo o lado e ao mesmo tempo: porque aquilo que se fizer nesta década, irá condicionar o nosso futuro para sempre

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Tenho dedicado este espaço de opinião à compreensão das relações de força em torno dos desafios socio-ecológicos com que as sociedades contemporâneas se confrontam e ao apelo à imperiosa necessidade de agir para transformar os modos de organização social responsáveis por nos trazer até a este momento histórico em que, estruturas e sujeitos, somos responsabilizados e chamados a desempenhar um papel ativo.

Tendo sido alertados pelos cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), no seu último relatório, para a necessidade de implementar transformações que nos desviem da rota da destruição em massa que se expressa cada dia mais intensamente em todas as geografias, não podemos continuar sem exigir aos Estados, às empresas, às organizações e às pessoas em geral, a responsabilidade pelo agir proactivamente a favor do planeta e das pessoas. O aquecimento global não para de crescer, nunca tivemos tantas estratégias identificadas como agora para agir nas suas causas e consequências, bem como na degradação ambiental, na perda de biodiversidade, extinções em massa – consequências há muito previsíveis. O agravamento da situação tem vindo a ganhar um ritmo muito mais intenso do que o previsto. O tempo escasseia e o IPCC alerta para a consciencialização de que as escolhas e as ações que venhamos a tomar colectivamente e individualmente durante esta década, terão os seus impactos nos próximos milhares de anos – é nesta dimensão que reside a imprevisibilidade, a da ação humana.

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Escalas de responsabilidade à parte, efetivamente todas/os nós, coletivamente e individualmente, necessitamos de nos convencer – e de reconhecer – de uma vez por todas que é urgente fazer de tudo (estratégias de adaptação e mitigação) em toda a parte (nenhuma pessoa ou geografia pode ser deixada para trás) e ao mesmo tempo (não podemos deixar nem mais um dia passar). Tudo, todos, em todo o lado, ao mesmo tempo, resume o desafio que temos pela frente. Num tempo que é hoje. Não é amanhã. Amanhã será irreversível e o IPCC e os cientistas já o dizem há mais de 30 anos!! Quanto menos fizermos hoje para o desacelerar e inverter as tendências de aumento das emissões, mais ações e mais drásticas teremos de fazer amanhã. Quanto mais desaceleramos o nosso ímpeto consumista destruidor da natureza e seus ecossistemas dos quais todas/os dependemos, que exige a apropriação contínua dos seus elementos (que têm de deixar de ser vistos como meros recursos), e menos a usarmos para depositar os nossos excessos e resíduos destruidores, mais tempo ganhamos.

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Esta era do ser humano (Antropoceno) e do Capital (Capitaloceno), que destroem a nossa casa comum, tem de dar lugar a uma visão altruísta, assente no colectivo como seu foco de vida, na cooperação e no cuidado como sua estratégia de relação sociedades-naturezas, que promova a sua proteção e garanta a vida às gerações futuras – (re)imaginar futuros possíveis. Um paradigma da dádiva, da cooperação, da solidariedade, assente no colectivo e integrando toda a diversidade, poderá ser a saída.

Fazer de tudo é o desafio, o que exige que em todas as geografias se possam desencadear simultaneamente estratégias de adaptação e mitigação. Temos os meios e instrumentos para agir, porque não o fazemos? Este é o momento certo, a derradeira hora – sem mais atrasos nem justificações – para desenvolver uma ação climática efetiva, justa, inclusiva, que assegure um futuro sustentável e saudável passível de ser vivido por todas/os.

Fátima Alves, Professora Universitária e Socióloga, in Diário As Beiras (01/04/2023)

 

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