A Páscoa é um período de profundo significado para os portugueses, caracterizado por uma mistura única de tradições religiosas e culturais. Este artigo explora as diferentes práticas e costumes que tornam a Páscoa em Portugal uma celebração rica em simbolismo e significado.
Vigília Pascal: O Renascimento da Luz
A Semana Santa em Portugal atinge o seu auge na Vigília Pascal, na noite anterior ao Domingo de Páscoa. As igrejas enchem-se de fiéis para celebrar a ressurreição de Cristo. A cerimónia começa com a bênção do fogo novo, simbolizando a luz de Cristo ressuscitado, seguida da distribuição do Círio Pascal, uma vela especial acesa a partir do fogo abençoado. A chama é então transmitida aos fiéis, simbolizando a disseminação da luz divina.
Compasso Pascal: Visitação e Partilha
Uma tradição profundamente enraizada em Portugal é a visita do Compasso Pascal, uma prática que remonta a séculos. No Domingo de Páscoa, o padre visita as casas locais com o símbolo do Círio Pascal, abençoando os lares e desejando paz e renovação. Este ato não só reforça os laços entre a comunidade e a igreja, mas também promove a ideia de partilha e solidariedade.
Folar da Páscoa: Sabor e Afeto
A gastronomia desempenha um papel fundamental nas celebrações pascais em Portugal, e o “Folar da Páscoa” é uma iguaria tradicional. Este pão doce, muitas vezes enriquecido com ovos cozidos, presunto e outras iguarias, é partilhado entre familiares e amigos. O ato de oferecer e receber um Folar da Páscoa é um gesto de carinho e afeto, simbolizando a união e a partilha durante esta época festiva.
Amêndoas e Ovos de Chocolate: Delícias Pascais
As amêndoas e os ovos de chocolate são presenças constantes durante a Páscoa em Portugal. As amêndoas, muitas vezes envoltas em cascas coloridas, representam a vida e a fertilidade. Já os ovos de chocolate, trazidos pelo misterioso “Coelhinho da Páscoa”, são símbolos de renascimento e novos começos. Essas delícias são trocadas entre familiares e amigos como gestos de doçura e alegria.
O Jogo do Compasso: Entre a Fé e a Tradição
Em algumas regiões de Portugal, o Domingo de Páscoa é marcado por um jogo peculiar chamado “O Jogo do Compasso”. Nele, os jovens carregam um andor com a imagem do Senhor Ressuscitado, percorrendo as ruas da localidade. Durante o trajeto, os participantes anunciam a ressurreição, e os moradores respondem com ofertas de amêndoas, doces e moedas. Este jogo é uma mistura única de devoção religiosa e tradição popular.
Queima do Judas: Uma Tradição Explosiva
Uma tradição única em algumas regiões de Portugal é a “Queima do Judas”, que ocorre no Sábado de Aleluia. Neste evento, um boneco representando Judas Iscariotes é queimado em espaços públicos, simbolizando a rejeição do traidor. Esta prática, embora enraizada na história religiosa, tornou-se também uma forma de expressão social e política, onde o boneco muitas vezes incorpora figuras controversas do momento.
Conclusão: Páscoa em Portugal – Entre a Fé e a Tradição
A Páscoa em Portugal é uma fusão encantadora de devoção religiosa, tradições seculares e manifestações culturais. Através das práticas como a Vigília Pascal, o Compasso Pascal, o Folar da Páscoa, o Jogo do Compasso, as amêndoas, os ovos de chocolate e a Queima do Judas, os portugueses celebram a ressurreição de Cristo, renovando laços familiares e fortalecendo a identidade cultural. Estas tradições, passadas de geração em geração, proporcionam uma experiência única e rica durante esta temporada especial, destacando a riqueza da diversidade cultural em Portugal.
Receber uma herança é muitas vezes um evento significativo na vida de alguém, trazendo consigo oportunidades financeiras que podem ser utilizadas de diversas formas. Uma opção que muitos ponderam é a utilização desse dinheiro para amortizar o crédito da habitação própria permanente. Neste artigo, iremos explorar até quando é possível realizar essa amortização sem penalizações, destacando os prazos e as implicações dessa decisão no contexto do mercado imobiliário em Portugal.
**1. Utilização de Herança na Amortização de Crédito:
Em Portugal, é permitido usar o dinheiro de heranças para amortizar créditos de habitação própria permanente. Esse ato pode ser uma estratégia eficaz para reduzir o montante em dívida e, consequentemente, os encargos associados ao empréstimo. No entanto, existem regras e prazos que devem ser considerados para otimizar os benefícios desta decisão.
**2. Amortização Antecipada sem Penalizações:
Até há alguns anos, a legislação portuguesa permitia a amortização antecipada do crédito habitação sem qualquer penalização. No entanto, é essencial verificar as condições específicas do contrato de empréstimo, pois algumas instituições financeiras podem ter cláusulas que impõem certas restrições ou encargos associados a esta operação.
**3. Alterações na Legislação:
Em 2013, a legislação referente à amortização antecipada de créditos à habitação foi alterada em Portugal. Desde então, os bancos podem aplicar uma penalização, geralmente calculada com base na diferença entre a taxa de juro contratada e a taxa em vigor no momento da amortização. No entanto, há exceções, e a legislação estabelece situações em que não é permitida a aplicação de penalizações.
**4. Prazos e Exceções:
Os prazos para a aplicação de penalizações variam de acordo com o tipo de contrato de crédito habitação. Geralmente, os contratos de taxa fixa têm prazos mais longos de penalização em comparação com os contratos de taxa variável. Além disso, existem situações específicas em que a penalização não é aplicada, como a utilização de herança ou indemnizações de seguros.
**5. Vantagens da Amortização Antecipada:
A utilização do dinheiro de heranças para amortização de crédito habitação pode trazer várias vantagens. Em primeiro lugar, reduz o montante total em dívida, resultando em menor pagamento de juros ao longo do prazo do empréstimo. Além disso, pode proporcionar uma sensação de segurança financeira, uma vez que a carga mensal diminui, permitindo uma gestão mais tranquila das finanças pessoais.
**6. Avaliação da Situação Financeira:
Antes de decidir utilizar o dinheiro de heranças para amortizar crédito habitação, é crucial realizar uma avaliação completa da situação financeira. É importante considerar outros compromissos financeiros, como empréstimos com taxas de juro mais elevadas, e garantir que esta decisão não comprometerá a estabilidade financeira a longo prazo.
**7. Aconselhamento Profissional:
Buscar aconselhamento profissional é uma etapa essencial neste processo. Consultar um especialista financeiro pode ajudar a entender melhor as implicações fiscais, avaliar as condições contratuais e tomar decisões informadas. Cada situação é única, e um especialista pode oferecer orientação personalizada de acordo com as circunstâncias individuais do beneficiário da herança.
Conclusão:
Em Portugal, a utilização de dinheiro de heranças para amortizar crédito habitação é uma opção viável, mas sujeita a prazos e condições contratuais. A legislação atual permite a aplicação de penalizações em certas situações, tornando essencial uma análise cuidadosa do contrato de empréstimo. A decisão de amortizar antecipadamente deve ser tomada com base numa compreensão profunda das implicações financeiras e, sempre que possível, com a orientação de profissionais qualificados. Ao fazer escolhas informadas, os beneficiários de heranças podem otimizar o uso desses recursos para garantir benefícios a longo prazo no âmbito do crédito habitação em Portugal.
Reconversão de imóveis virou “moda” em muitos países, para combater a falta de oferta. Especialistas analisam fenómeno em Portugal.
Portugal vive a braços com um forte problema a nível da habitação, devido à alta falta de oferta para a procura, acompanhada de elevados preços das casas, num momento de quebra de poder de compra, escalada da inflação e subida de juros. Para tentar dar resposta a este desafio, o mercado tem vindo a desenvolver soluções. E converter imóveis afetos a serviços/comércio em habitações é uma delas.
Inspirados noutros países, onde a transformação de lojas, armazéns e escritórios em casas virou “moda” – nomeadamente para combater o problema de stock no mercado residencial –, os players a operar em Portugal têm seguido o exemplo.
Ainda assim, o processo pode ser complexo, e comporta riscos (além de vantagens). Com este contexto como pano de fundo, será que a “residencialização” deste tipo de imóveis já é uma prática comum/tendência em Portugal e que pode vingar? Para se compreender melhor o tema foram ouvidos vários profissionais do imobiliário de diferentes segmentos, em vésperas de se conhecer a nova Lei da Habitação com que o Governo promete vir a gerar mais habitação acessível.
-Tendência em Portugal? Sim ou não?
-Mudança da afetação dos imóveis: processo possível, mas demorado
-Uma solução para a falta de habitação?
-Oferta de imóveis com potencial de reconversão
-Converter imóveis comerciais em casas: prós e contras
-Antes e depois: a conversão de um escritório em habitação
A mudança de usos voltou efetivamente a estar na ordem do dia, nos últimos anos, e segundo os especialistas são vários os fatores que explicam o seu renascimento.
-há um grave problema de stock no mercado residencial nacional, com pouca oferta para tanta procura, os preços da habitação não param de subir e a compra deste tipo de imóveis sai, à partida, mais barata;
-cada vez mais lojas e armazéns ficam mais vazios devido à ascensão do comércio eletrónico;
-no caso dos escritórios, verifica-se um cenário semelhante, uma vez que hoje em dia se procuram espaços cada vez maiores, além de muitos terem ficados desocupados depois da pandemia, devido ao teletrabalho ou a um modelo híbrido.
Tendência em Portugal? Sim ou não?
De acordo com alguns agentes do mercado, a reconversão de imóveis comerciais em habitação é já uma realidade em Portugal.
Gonçalo Santos, Head of Capital Markets JLL Portugal esclarece que “a grande onda de investimento em reabilitação urbana vivida nos últimos 10 anos teve como um dos seus pilares a reconversão de edifícios de escritórios de menor dimensão para projetos residenciais”, principalmente para os segmentos médio-alto e alto, “onde os valores de venda das futuras unidades se posicionam bem acima do valor das unidades de escritórios, mesmo descontando o investimento necessário para a reconversão”.
De acordo com este especialista, também os novos requisitos de ocupação de escritórios, “espaços mais modernos, plantas maiores e em open space e os novos requisitos de sustentabilidade”, fazem com que as duas tendências se conjuguem atualmente. “A desocupação de edifícios fragmentados, e desalinhados com os requisitos da procura atual, no centro da cidade abre cada vez mais espaço a usos alternativos, como o residencial”, argumenta.
Mariana Represas, Senior Consultant de Capital Markets da Savills Portugal, partilha da mesma visão. A reconversão de imóveis de serviços em imóveis residenciais, segundo defende, “tem sido a base das novas promoções nos centros urbanos”. Exemplo disso, refere, “são os mais de 100.000 m2 de escritórios que estimamos que tenham sido convertidos em usos alternativos, maioritariamente para habitação e hotelaria”.
Para Alfredo Valente, “dizer-se que se trata de uma tendência pode pecar por exagero”, contudo, confirma que é uma realidade “observada com frequência”. Um cenário também apontado por João Carvalho, cofundador da MELOM. Segundo conta o responsável, esta “moda” está ainda “pouco enraizada em Portugal”, embora seja já uma prática comum em vários países europeus. Por sua vez, Mariana Morgado Pedroso, da Architect Your Home (AYH), relembra que a “mudança da afetação de um imóvel nem sempre é possível em muitas cidades, devido a regras dos planos diretores municipais (PDM) locais”.
Mudança da afetação dos imóveis: processo possível, mas demorado
Para que um imóvel possa ser legalmente utilizado para fins habitacionais – seja para habitação própria, arrendamento de longa duração ou alojamento local – terá que haver lugar a um processo destinado a alterar a licença de habitação do mesmo.
João Carvalho lembra que “o pedido de licença de utilização para habitação tem de ser efetuado junto das câmaras municipais, entidades que devem decidir sobre a autorização para transformar um imóvel de serviços ou comercial em casa de habitação”. Além disso, ressalva, “a demora do processo vai depender da forma como cada autarquia funciona e das próprias particularidades da reconversão. Será necessário, por exemplo, avaliar se o imóvel reúne as condições legais exigidas para cumprir a finalidade de habitação e se as alterações não desvirtuam o projeto de arquitetura. No caso dos espaços inseridos em prédios será também necessária a autorização unânime dos condóminos”.
“Às autarquias cabe garantir a idoneidade do edifício ou da fração para o uso pretendido e por conseguinte assegurar o cumprimento da lei.
Não temos ideia de que sejam colocados entraves, mas existe sempre alguma discricionariedade na decisão, até porque irá ser considerado o Plano Diretor Municipal”, acrescenta Alfredo Valente. Gonçalo Santos frisa, além disso, que no contexto atual de grande atraso nos licenciamentos urbanísticos, “este primeiro passo no processo pode demorar pelo menos um ano nas principais cidades”.
“O tempo para mudar a afetação de um imóvel é o mesmo de um projeto de licenciamento, na realidade pode demorar entre 4 a 8 meses. Considero que terão que ser feitas alterações ao imóvel – normalmente teremos que considerar introduzir cozinha, mais I.S, etc. o que significa que será analisado como qualquer outro projeto de alterações, podendo mesmo demorar mais tempo se houver muitas interações com a Câmara”, explica ainda a arquiteta Mariana Morgado Pedroso.
Este é também “um tema complicado” no que diz respeito às questões de financiamento, na opinião de Miguel Cabrita. Segundo o especialista, “existem muitas transformações de espaços comercias em habitação de forma ilegal, até porque as autorizações das câmaras demoram bastante, principalmente nas grandes cidades”. “A principal preocupação dos municípios é não retirar vida aos bairros, vida essa que é bastante promovida pelo comércio local. Em consequência, os bancos não estão disponíveis a financiar com os mesmos critérios do crédito habitação. É possível encontrar financiamento, mas com outras condições, a não ser que esteja tudo em conformidade para alteração de uso junto da câmara municipal”, acrescenta.
Uma solução para a falta de habitação?
A transformação de imóveis do setor terciário em habitação pode ser tentadora devido ao preço e à falta de oferta. Mas será efetivamente uma alternativa? Para Gonçalo Santos, esta “pode bem ser uma das soluções para aumentar a oferta no parque habitacional”. Contudo, refere, e “dada a discrepância entre o volume de procura e a oferta atual, esta medida é manifestamente insuficiente, pois os m2 de escritórios passíveis de conversão em residencial não têm a necessária escala, se não for complementada por medidas adicionais, nomeadamente de incentivo à promoção de construção nova para os segmentos mais carenciados da população, como a classe média ou media-baixa”.
“A concentração de ativos comerciais existe nos centros urbanos e, no presente contexto, devido a uma excelente performance ocupacional temos verificado um aumento de rendas, com particular impacto no segmento de escritórios. Por outro lado, no caso da performance residencial, estima-se que venha a ser afetada pela inflação e subida das taxas de juro, excetuando nos segmentos mais altos. Desta forma, considerando o aumento dos custos de construção, os retornos obtidos nestas conversões poderão não ser tão vantajosas quanto no passado”, acrescenta Mariana Represas.
Mariana Morgado Pedroso não acredita que esta seja a solução ideal, uma vez que, na verdade, diz, “também existe falta de oferta de ativos de serviços (escritórios) no mercado”. Lembra ainda que os ativos que existam vazios “por norma não são muito apelativos para o público em geral”. “Estamos a falar de lojas, armazéns ou qualquer tipo de uso serviço/comércio ao nível do piso 0 e com uma frente ou duas de rua. Nem todas as pessoas gostam de converter esse tipo de unidade para residencial. Num edifício que seja integralmente de escritórios não será fácil obter autorização para a alteração da afetação, pelo que desconsiderava essa hipótese. Existem, contudo, vários edifícios mistos onde será sim fácil potenciar a alteração e nesse caso creio que existe elevado potencial de reconversão”, explica a arquiteta.
Para João Carvalho, esta pode ser uma forma de impulsionar uma maior oferta habitacional nos centros urbanos, onde os preços são mais elevados, “permitindo trazer os mais jovens para o coração da cidade e dando nova vida a áreas desertificadas, por exemplo, com a reconversão de lojas em pequenos apartamentos”. Alfredo Valente considera que “dificilmente veremos aqui a solução para o problema da habitação nas nossas cidades”, mas acredita que permitirá “reabilitar alguns espaços outrora com utilização comercial ou industrial, nomeadamente para residências universitárias, por exemplo”.
Oferta de imóveis com potencial de reconversão
Segundo os especialistas ouvidos, há vários imóveis com potencial de reconversão – ativos comerciais vazios, por exemplo – no entanto, lembra Alfredo Valente, são, em muitos casos, “intervenções exigentes e que requerem intervenção também no espaço público, obrigando à participação ativa das câmaras municipais, o que nem sempre é fácil de gerir”.
Além de lojas e escritórios, João Carvalho dá o exemplo de armazéns, “espaços com grande potencial de reconversão, permitindo pensar toda a casa de forma criativa, com uma arquitetura que dinamiza de forma personalizada os openspace, permitindo usar a imaginação na decoração de interiores por exemplo com inspiração industrial”.
A grande procura, diz Gonçalo Santos, está nos edifícios completos, “porque permite uma reabilitação integral do edifício e redesenhar toda a sua planta para cumprir com a legislação aplicável e acomodar as novas exigências do comprador final”. Pela Grande Lisboa há, de resto, vários exemplos deste tipo de projetos, “como o antigo edifício do Diário de Notícias (transformado em habitação), os dois edifícios da CUF na zona da Infante Santo, alguns dos ex-edifícios do Novo Banco em Lisboa, como Álvares Cabral 27, 41 ou Av .5 de Outubro 164”, refere.
De acordo com os profissionais, há muito interesse neste tipo de projetos, tanto de promotores nacionais, como internacionais, que compram os espaços e fazem obras com o objetivo de os voltar a colocar no mercado.
Converter imóveis comerciais em casas: prós e contras
Há vantagens e desvantagens na reconversão de imóveis de comércio e serviços para habitação, como em qualquer outro tipo de negócio imobiliário. Eis um resumo dos principais pontos referidos pelos profissionais:
Vantagens
-Vantagens associadas à especificidade e características únicas dos edifícios, resultando em peças de elevado valor estético e invulgares;
-Liquidez do mercado residencial. Desequilíbrio estrutural entre procura e oferta no mercado residencial continua a sentir-se, o que garante um escoamento relativamente rápido dos projetos;
-Preço mais baixo do que os imóveis para habitação, e o facto de ser possível reconverter o espaço à medida do comprador e de acordo com o seu gosto, para além de aumentar também as alternativas de oferta habitacional no mercado imobiliário;
-Em teoria, adquirir imóveis existentes poderá permitir reduzir o custo e o tempo da promoção imobiliária;
-Oferta de um produto diferenciado, com características especiais (vãos maiores, amplitude nas áreas) e com potencial de um look mais contemporâneo;
-Vantagem para as cidades é a adoção de uma estratégia que permitirá a reabilitação do edificado não ocupado, como por exemplo em zonas que ainda estão em fase de consolidação.
Desvantagens
-Riscos normalmente associados a entraves burocráticos, por um lado, e a maior incerteza relativamente ao custo final da reconversão;
-Desafios próprios de uma reabilitação de um edifício existente tendo em vista a mudança do seu uso: custos de construção mais altos e com elevada volatilidade, bem como a morosidade no licenciamento, o que se faz sentir mais nos grandes centros urbanos;
-Não existir garantia de que o espaço vai ser afeto à habitação. Sem a licença de habitação o imóvel não pode ser arrendado e a sua venda torna-se mais difícil;
-Custos de adaptação das redes e criação de infraestruturas adequadas à habitação.
Antes e depois: a conversão de um escritório em habitação
Num edifício emblemático dos anos 50, já readaptado a escritórios, a Architect Your Home (AYH) recuperou o uso original de habitação “para uma família com gostos contemporâneos”. Os materiais utilizados são de tons claros, as linhas modernas e tudo foi feito à medida para que a funcionalidade esteja a par da estética. O projeto foi construído em 2017 e fica localizado na Avenida de Roma, em Lisboa. Eis algumas imagens da transformação:
Leonor Santos e Tânia Ferreira, in Idealista, 14 Fevereiro 2023, tratado pela Imoexpansão
Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento Sustentável
A Figueira da Foz, localizada na região centro de Portugal, destaca-se não apenas pelas suas praias deslumbrantes e rica herança cultural, mas também pelos desafios e oportunidades relacionados com o ordenamento do território. Este artigo explora a importância do ordenamento do território na Figueira da Foz, analisando os desafios enfrentados e as oportunidades para um desenvolvimento sustentável.
Desafios Urbanos e Ambientais:
A expansão urbana na Figueira da Foz é evidente, apresentando desafios significativos de ordenamento do território. A pressão sobre a utilização do solo, especialmente nas áreas costeiras, exige uma abordagem cuidadosa para preservar ecossistemas sensíveis. A gestão de zonas de risco, como áreas propensas a inundações, é crucial para garantir a segurança da população e a preservação do ambiente.
Preservação do Património Natural e Cultural:
A Figueira da Foz é abençoada com uma diversidade de recursos naturais e culturais. O ordenamento do território deve, portanto, equilibrar o desenvolvimento económico com a preservação do património. A implementação de zonas de proteção e a promoção do turismo sustentável são estratégias essenciais para garantir que as gerações futuras possam apreciar a beleza única da região.
Integração de Infraestruturas Sustentáveis:
A melhoria da infraestrutura é um componente vital do ordenamento do território. Na Figueira da Foz, investimentos em transporte público eficiente e soluções de mobilidade sustentável são cruciais para reduzir a dependência do automóvel e minimizar os impactos ambientais. A criação de espaços públicos acessíveis e a promoção de meios de transporte não poluentes contribuem para uma cidade mais sustentável e amiga do ambiente.
Desenvolvimento Económico Responsável:
O ordenamento do território deve ser um catalisador para o desenvolvimento económico equitativo. Incentivar a diversificação económica e promover a criação de empregos locais são metas importantes. A identificação de áreas propícias para investimentos, levando em consideração a sustentabilidade e a preservação ambiental, é fundamental para garantir um crescimento económico responsável.
Participação Comunitária e Planeamento Colaborativo:
A participação da comunidade é um pilar essencial do ordenamento do território. A Figueira da Foz deve envolver ativamente os residentes, organizações locais e stakeholders no processo de tomada de decisões. A promoção de workshops, audiências públicas e consultas comunitárias contribui para a criação de planos de ordenamento mais abrangentes e representativos dos interesses locais.
Oportunidades para o Futuro:
Apesar dos desafios, a Figueira da Foz possui oportunidades para um futuro sustentável. A aposta em energias renováveis, como a eólica e solar, pode impulsionar a transição para uma matriz energética mais limpa. O desenvolvimento de infraestruturas turísticas sustentáveis, como trilhas ecológicas e parques naturais, pode atrair visitantes interessados na natureza preservada da região.
Conclusão:
O ordenamento do território na Figueira da Foz é uma tarefa complexa que exige uma abordagem integrada e sustentável. Superar os desafios urbanos, preservar o património natural e cultural, investir em infraestruturas sustentáveis e promover o desenvolvimento económico responsável são passos cruciais. Com a participação ativa da comunidade e uma visão a longo prazo, a Figueira da Foz pode consolidar-se como um exemplo de planeamento territorial bem-sucedido, equilibrando crescimento com respeito pelo meio ambiente e qualidade de vida dos seus habitantes.
Portugal tem testemunhado uma notável evolução no setor imobiliário nos últimos anos, impulsionada por fatores como a recuperação económica, a procura internacional e os programas de incentivo ao investimento. Neste artigo, vamos analisar a trajetória recente do mercado imobiliário em Portugal e explorar as previsões para os próximos cinco anos.
Evolução Recente do Mercado Imobiliário em Portugal:
Os últimos anos foram marcados por um crescimento substancial no mercado imobiliário português. Lisboa e Porto destacaram-se como áreas de maior dinamismo, com um aumento significativo nos preços das habitações. A procura crescente por imóveis para habitação própria, investimento e turismo impulsionou a atividade no setor.
Fatores Impulsionadores do Crescimento:
Diversos fatores contribuíram para este cenário positivo. A estabilidade económica, o baixo custo de vida em comparação com outros países europeus, e os programas de vistos gold atraíram investidores estrangeiros. Além disso, a crescente procura por alojamento local impulsionou o mercado de arrendamento.
Previsões para os Próximos 5 Anos
Crescimento Sustentado:
Prevê-se que o mercado imobiliário em Portugal continue a crescer nos próximos cinco anos, embora a um ritmo mais sustentado. O país mantém-se atrativo para investidores estrangeiros, mas a tendência de aumento exponencial nos preços das habitações pode abrandar.
Descentralização do Investimento:
As cidades secundárias e zonas costeiras podem ganhar mais destaque, à medida que o investimento se descentraliza. Cidades como Braga, Coimbra e Faro apresentam potencial de crescimento, oferecendo oportunidades para quem procura alternativas às metrópoles.
Aumento da Procura por Habitação Sustentável:
Com a crescente consciência ambiental, espera-se uma procura maior por habitações sustentáveis. A incorporação de tecnologias verdes e a certificação energética podem tornar-se critérios mais relevantes para os compradores.
Adaptação ao Trabalho Remoto:
A tendência do trabalho remoto, acentuada pela pandemia, pode influenciar as escolhas de habitação. Zonas periféricas e áreas rurais podem atrair mais compradores que procuram qualidade de vida e espaços adaptados ao teletrabalho.
Regulação do Alojamento Local:
É possível que ocorram ajustes na regulamentação do alojamento local, em resposta a preocupações sobre especulação imobiliária e a necessidade de preservar a oferta habitacional para residentes locais.
Desafios a Considerar:
Apesar das previsões otimistas, alguns desafios merecem atenção. O aumento moderado nos preços das habitações deve ser equilibrado para evitar bolhas imobiliárias. A escassez de oferta em algumas regiões e a necessidade de uma planificação urbana sustentável são desafios que as autoridades e investidores precisam enfrentar.
Conclusão:
O mercado imobiliário em Portugal vive uma fase de evolução notável, mas é essencial abordar os desafios de forma proativa para garantir um crescimento equitativo e sustentável nos próximos anos. As previsões indicam uma continuidade do crescimento, mas é crucial que se mantenham políticas e estratégias que promovam a estabilidade e a inclusão. Com uma abordagem equilibrada e adaptável, Portugal pode continuar a ser um destino atrativo para investimentos imobiliários nos próximos cinco anos.