A nossa casa

 

A semana passada li uma entrevista, numa antiga revista do jornal Expresso, onde o alpinista português, João Garcia, referia que vivia num apartamento T1, com a particularidade de ter uma garagem de grandes dimensões, maior que a própria habitação, onde guardava todo o seu material de escalada. A justificação apresentada foi a de que pouco tempo passava em casa. O meu artigo terá como base esta ideia, ou seja, a relação entre a escolha de habitação e o estilo de vida de cada um de nós.

A nossa casa deverá sempre ser uma espécie de refúgio, de castelo, de espaço sagrado, onde relaxamos dos desafios do mundo lá fora. Temos, obrigatoriamente, de nos sentirmos confortáveis no nosso lar. A nossa casa deverá reflectir a nossa personalidade, os nossos gostos e tudo aquilo a que damos valor. Uma casa, e quando me refiro a casa, englobo, apartamentos, Lofts e outras estruturas habitacionais, deverá ter sempre a «marca de quem nela vive». Interessante, entrar dentro de uma casa, sem a presença dos seus proprietários, e conseguir, através da disposição das divisões e da decoração da habitação, «adivinhar» a personalidade de quem lá vive. São pequenas coisas, pequenos detalhes que um olhar mais atento consegue captar; – Um móvel com CDs, onde conseguimos ver que tipo de música é ouvida, os quadros na parede; o design do mobiliário, os livros nas estantes e muitos outros detalhes. A própria disposição dos móveis e a sua quantidade é indicativo do carácter dos seus habitantes.

Apartamentos Figueira da Foz

A decoração de uma casa expressa a nossa personalidade, aquilo de que gostamos. Um estilo mais minimalista, com menor quantidade de objectos, demonstra um espirito prático e despojado; um mobiliário de época é um indício de alguém mais conservador, por outro lado, mobílias mais modernas reflectem um espirito mais liberal. As cores usadas também são boas indicadoras do estado de espirito dos residentes de uma habitação.

Infelizmente nem todos podem viver na casa onde desejariam

Quer seja por questões financeiras, quer por questões profissionais ou outras infelizmente nem todas as pessoas vivem onde desejam, mas o interior de uma casa, o que colocamos dentro dos nossos lares, embora possa ter alguns condicionamentos, apresentam uma maior liberdade de escolha. Podemos não ter em nossas casas tudo o que desejamos ou precisamos, mas podemos, com toda a certeza, ter apenas «coisas» de que gostamos. A sensação de conforto e harmonia é extremamente importante numa habitação.

Imóveis Figueira da Foz

As nossas memórias, as viagens que fizemos, as pessoas que conhecemos, os momentos que vivemos estão plasmadas no nosso lar. Um quadro pintado pelo melhor amigo pendurado na parede da sala, uma estatueta que nos lembra uma viagem inesquecível; o sofá Chaise Longue que a família demorou semanas a escolher, com o pretexto quer teria de ser suficientemente grande para nele todos caberem. O armário que veio da quinta do avô e que foi restaurado com todo o carinho. Até mesmo as pequenas imperfeições nas paredes que nos lembram a infância dos nossos filhos. A mesa da cozinha, em madeira, com a marca da panela quente e aquele banco com os pés ruídos pelo cachorro.

Tudo num lar tem de «respirar» vida real, a vida de quem chega a casa, e abrindo a porta, entra no seu refúgio, no seu pequeno mundo, na sua privacidade mais privada.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *