Construir ou Reformar Uma Casa? É fundamental conhecer estes conceitos

Para entender o que diz um arquiteto, empreiteiro ou outro profissional de obras, é fundamental conhecer estes termos.

Construir uma casa do zero ou reformar uma antiga para criar uma casa de sonho pode ser um processo muito complicado, principalmente pela quantidade de conceitos, licenças e elementos envolvidos nestes processos. Termos como ‘layout’, ‘moodboard’, ‘open plan’, ponte térmica ou ‘passivhaus’ estão na ordem do dia no mundo da arquitetura e do design, embora a maioria destes conceitos seja desconhecida do grande público.

Para explicar o seu significado, recorremos ao estúdio boutique Freehand Arquitectura, que resumiu de forma simples e semelhante a um dicionário os conceitos mais importantes que devem ser conhecidos antes de se iniciar um projeto de construção ou reforma de uma casa. Um manual essencial para qualquer iniciante:

Acabamentos. São os materiais que serão utilizados e a sua aparência externa. “É muito importante levá-los em consideração tanto estética quanto funcionalmente, pois, como dizem os profissionais, não existe um mau material, mas sim mal aplicado”, explica o estúdio de arquitetura.

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Foto de Tima Miroshnichenko@pexels.com/

Anexos. São todos aqueles elementos que vão servir para fechar ou separar um espaço, assim como todas as superfícies que servem para o delimitar. A sua principal função é impedir a passagem de água ou luz.

Áreas húmidas. São aquelas zonas da casa em que há contato constante com a água ou onde passam grande número de instalações sanitárias, como cozinha, casas de banho, lavanderia… “Localizá-los e planeá-los adequadamente é fundamental para, em primeiro lugar, poupar materiais, melhorar o funcionamento da canalização e saneamento e, posteriormente, evitar a humidade e melhorar a funcionalidade do imóvel”, concluem deste o atelier de arquitetura.

Eficiência energética. O seu conceito é baseado no consumo de energia otimizado e além do mais os gastos em eficiência energética podem ser deduzidos no IRS. Permite o bom funcionamento das habitações, acrescenta conforto e reduz o consumo ao estritamente necessário, minimizando assim o impacto no ambiente e aumentando a sua sustentabilidade.

Envolvente. Este termo, muito comum no setor da construção, é usado para se referir à superfície que separa o interior do edifício do exterior. “Serve para filtrar as condições daquele exterior”, esclarece o estudo.

Estudo de viabilidade. É uma etapa anterior à concretização do projeto e tem como missão analisar a sua rentabilidade. São estudados aspetos como os meios necessários para realizá-la ou as alternativas.

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Foto de Andrea Piacquadio @Pexels.com

Gestão de obras. “É essencial que os empreiteiros cumpram o projeto elaborado. Por isso, os arquitetos supervisionam todo o processo de construção para garantir que seja executado corretamente”, lembram da Freehand Architecture.

Iluminação natural. É um elemento chave para os espaços, uma vez que se baseia na incidência da luz solar, tanto diretamente como nos seus reflexos e flashes. “Dependendo da disposição das janelas e da orientação da casa, podem-se obter resultados diferentes em termos de luz natural, afetando também as diferentes épocas do ano e a vegetação”, enfatiza o estudo.

‘Layout’. Este termo refere-se à forma como as diferentes salas estão organizadas no espaço. Uma boa distribuição é essencial para alcançar uma casa sustentável tanto energética como funcionalmente.

Licença de construção. Os projetos elaborados por arquitetos devem submeter-se a todos os aspetos relativos a licenças e licenças obrigatórias e aspetos técnicos, estéticos e ambientais, entre outras funções. E todos eles estão incluídos na licença de construção.

‘Moodboard’. Este conceito não é usado apenas no mundo da arquitetura, mas é essencial para quem vai embarcar num projeto. É simplesmente um quadro de ideias para colocar referências de todos os tipos que servem de inspiração.

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Foto de Pavel Danilyuk @ Pexels

Ocupação. É a superfície do terreno em que pode ser construída; ou seja, o m2 que o imóvel vai ocupar no terreno.

Orçamento. É o valor total a ter em conta para pagar por um projeto arquitetónico e é composto por três itens principais:

-Orçamento de execução de materiais. É a soma do custo de materiais e mão de obra.

-Orçamento de Execução do Contrato. É o valor que o contratante cobra e que é calculado sobre as despesas gerais.

-Orçamento total. É o valor total a ser desembolsado. É obtido a partir da soma do Orçamento do Contrato e das despesas de materialização da obra.

‘Open plan’. Também conhecido como plano aberto ou plano livre, é aquele que possui o menor número de subdivisões possíveis, formando um espaço “aberto”. Essa tendência dos últimos anos tem a sua origem nos anos 70 e busca ‘layouts’ diáfanos, separando amplitude, luminosidade e funcionalidade. Os atuais sistemas de ar condicionado são os que viabilizam o projeto desse tipo de espaço.

‘Passivhaus’. Uma casa passiva ou passivhaus é um tipo de casa criada para manter as condições atmosféricas ideais no interior, conseguindo uma economia de energia que pode chegar a 90% em relação a uma propriedade tradicional. “As casas passivas são construídas seguindo uma série de parâmetros físicos de construção que permitem manter o máximo conforto interior, sem a necessidade de praticamente nenhum aporte energético. Funcionam de forma quase autónoma se forem bem calculados e projetados”, ressaltam da Freehand Architecture.

Planta. É um desenho técnico que representa um edifício ou parte dele horizontalmente em um plano em escala.

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Foto de energepic.com

-Ponte térmica. Nos edifícios, são geradas áreas onde o calor ou o frio do exterior são mais facilmente transmitidos, o que reduz a eficiência dos sistemas de ar condicionado. Para evitar que isto aconteça, existem janelas com ruptura de ponte térmica e isolamento específico, embora seja importante que a sua instalação seja realizada corretamente.

-Superfície construída. É a área delimitada pela fachada exterior da casa.

-Superfície útil. Refere-se à superfície inferior e inclui apenas aquele espaço livre de elementos de construção estrutural, como pilares, elementos de instalação e similares.

-Tensão do ar. É a pele externa de um edifício e o seu objetivo é impedir a passagem descontrolada de ar e vento.

-Ventilação. É a técnica pela qual o ar externo pode entrar num edifício por meios naturais (não mecânicos).

-Ventilação cruzada. É a técnica que permite que o ar seja constantemente renovado, aproveitando a localização das janelas em diferentes pontos da edificação. É recomendado especialmente em locais quentes, pois permite que o interior da casa seja mais fresco.

-‘Wish list’. É uma lista de todas aquelas coisas, elementos arquitetónicos ou salas e espaços que se deseja incluir no projeto. Costumam incluir-se os metros quadrados e o seu layout, e realizadas em conjunto com o arquiteto para conhecer o gosto do proprietário e orientar no processo.

Redação, In idealista, 19 Setembro 2022

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