A medição da satisfação e da felicidade dos seus residentes é, cada vez mais, um dos indicadores utilizados para aferir o sucesso dos territórios. Por isso mesmo, vários países e regiões auscultam regularmente este tipo de perceção, tal como a Comissão Europeia, que monitoriza o espaço europeu, divulgando semestralmente esta informação no Eurobarómetro (centro de sondagens de opinião pública da União Europeia). Tendo em conta a relevância desta temática, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) acompanha também, desde 2013, a satisfação dos residentes na Região Centro, sendo este indicador parte integrante do Barómetro do Centro de Portugal, que é um instrumento de análise que pretende monitorizar o progresso alcançado pela região através de um conjunto de indicadores-chave.
O grau de satisfação dos residentes na região Centro aumentou em 2021, com 77,5% dos residentes a considerarem-se globalmente satisfeitos com a sua vida. Esta é uma das conclusões da 7.ª edição do Inquérito à Satisfação dos Residentes na região Centro, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), no âmbito do Barómetro Centro de Portugal.
O inquérito mostra que, em 2021, 12,2% dos residentes estão “muito satisfeitos”, 65,3% “satisfeitos”, 13,7% “não muito satisfeitos” e 8,8% “nada satisfeitos”. Face aos anos anteriores, destaca-se o significativo acréscimo da percentagem de inquiridos “satisfeitos” e o decréscimo expressivo de inquiridos “não muito satisfeitos”.
Estes são os resultados mais positivos das sete edições deste inquérito efetuado para a Região Centro, com 77,5% dos residentes globalmente satisfeitos, contra 73,7% em 2019, 72,5% em 2018, 77,1% em 2017, 69,2% em 2015, 58,2% em 2014 e 61,2% em 2013. Este valor é superior à média obtida pelo Eurobarómetro de março de 2021 (inquérito realizado à escala europeia) para Portugal (70%), mas continua aquém da avaliação média dos cidadãos europeus (79%), apesar da tendência de aproximação.
Entre os principais motivos de satisfação encontram-se a qualidade de vida e um nível de vida estável (24,5%), ter emprego (20,7%), ter saúde (19,3%), a vida familiar (18,3%) e gostar do local onde reside (17,3%).
Em termos de motivos de insatisfação, os problemas de saúde (29,6%), a remuneração e reformas baixas (27%) e as dificuldades financeiras (27%) são as três principais razões apontadas pelos inquiridos. A solidão (6,6%) e a pandemia Covid-19 (4,6%) aparecem, pela primeira vez, como motivo de insatisfação. O desemprego (2,6%) e as políticas governamentais (2,6%) são outros dos motivos apontados.
As mulheres revelaram-se, pelo sexto ano consecutivo, menos satisfeitas do que os homens, embora com sinais de aproximação. De facto, enquanto a quota das mulheres globalmente satisfeitas aumentou de forma expressiva face a 2019 (passando de 69% para 77%), a quota dos homens diminuiu ligeiramente (de 79% para 78%).
Tal como aconteceu em todas as vagas deste inquérito na região, os cidadãos mais jovens apresentavam-se globalmente mais satisfeitos do que os mais velhos. No entanto, face à vaga anterior do inquérito, a satisfação global dos residentes entre os 35 e 44 anos diminuiu, por contraste com os residentes com idades entre os 55 e 64 anos e entre os 25 e os 34 anos, cujo grau de satisfação aumentou consideravelmente.
No que respeita aos residentes empregados, o grau de satisfação é tendencialmente mais elevado nas profissões mais qualificadas. Em 2021, os empregados de comércio, os empregados administrativos, os quadros superiores e os quadros médios revelaram-se os mais satisfeitos com a sua vida, enquanto os agricultores e os operários especializados se mostraram os mais insatisfeitos. Face à edição transata, os empregados de comércio registaram o crescimento no grau de satisfação mais expressivo. Já os agricultores e os operários especializados foram os que apresentaram os maiores decréscimos.
O grau de satisfação é tendencialmente maior quanto mais elevadas são as habilitações escolares dos inquiridos, sendo os residentes com mestrado/pósgraduação/doutoramento os mais satisfeitos e os residentes analfabetos os mais insatisfeitos. Constatou-se aliás que os residentes sem qualquer habilitação foram os que mais diminuíram a sua satisfação face à inquirição anterior, estando agora todos estes globalmente insatisfeitos. Estes resultados mostram a relação entre a escolaridade e os níveis de satisfação.
Verifica-se que, tendencialmente, o grau de satisfação dos inquiridos vai diminuindo à medida que aumenta o tempo de residência na região. Assim, os inquiridos que residiam há menos de 10 anos na região eram os mais satisfeitos, por oposição aos que habitavam no Centro há 50 ou mais anos. Aliás, este foi o único grupo cuja quota de inquiridos globalmente satisfeitos diminuiu face à vaga anterior.
Para informações adicionais, consultar o estudo “Resultados do Inquérito à Satisfação dos Residentes na Região Centro 2021” ou o Barómetro Centro de Portugal em www.ccdrc.pt
Fonte: CCDRC