Há 30 anos surgia pela primeira vez, no livro “Snow Crash”, o termo “metaverso”, referindo-se a um mundo virtual que está para além, ou que é, em si mesmo, uma extensão do mundo físico. Pretendia descrever um universo de realidade virtual no qual as pessoas, através de óculos especiais e sob a forma de avatares, se evadiam de um mundo arrasado por um colapso económico e dominado por grandes empresas.
Volvidos 30 anos, o Facebook, uma das maiores empresas tecnológicas mundiais, decidiu construir este “novo mundo”. Bem conhecidas pelas suas diversas plataformas – para além do próprio Facebook, Messenger, Instagram, WhatsApp, Oculus e muitas outras – começou desde logo por mudar o nome corporativo da empresa para Meta, a qual terá já investido dez mil milhões de dólares neste projeto, tendo vindo a comprar diversas novas empresas essenciais para a sua concretização.
Quando surgiu em 2004, então apelidado Thefacebook, os seus fundadores – Mark Zuckerberg e os seus colegas de quarto da Faculdade – limitaram a sua utilização aos estudantes da Universidade de Harvard.
Agora, a empresa estima que este novo mundo possa vir a abranger algo como mil milhões de pessoas ainda nesta década.
Se pensarmos que, no início, a interacção com a Internet se podia resumir a digitar em websites, com a introdução de telemóveis com câmaras, bem como de diversos outros dispositivos, a Internet tornou-se visual, móvel. E com ligações rápidas, o vídeo tornou-se na melhor forma de partilhar experiências.
Passámos de computadores desktop para o móvel, de texto para fotos e vídeos,…
Mas neste mundo metaverso estaremos muito mais imersos, não apenas como observadores, mas com novas experiências assentes na realidade virtual e na realidade aumentada. Um salto para um mundo de interação 3D com recursos a dispositivos de realidade virtual que nos poderá colocar no que parece ser uma mistura clara entre o mundo físico e o mundo virtual. Uma Internet que não necessitará de teclados ou monitores, que permitirá uma interação frente a frente com amigos que nos poderão surgir como hologramas, com os quais iremos interagir como se estes estivessem presentes. E que proporcionará outro tipo de experiências no acesso virtual ao escritório, para reuniões ou para conviver com colegas.
Várias das maiores tecnológicas como a Microsoft, a Intel e outras, estarão já a investir fortemente para virem a ter um papel essencial neste projeto. Mark Zuckerberg parece, portanto, estar a preparar a empresa para uma nova geração da Web, que permitirá criar novas experiências que não se encaixam na forma como pensamos os computadores ou os telemóveis hoje. Novas experiências num mundo muito mais imersivo, mas ao mesmo tempo também muito mais intrigante.
Escrito por: Victor Francisco, Gestor de Projetos: in Diário As Beiras – 06/01/2022