A pandemia e os novos loucos anos 20: onda de consumismo e muito mais

Será preciso tempo para recuperar do choque social, económico e psicológico, mas esperam-se tempos de entusiasmo e prosperidade.

A pandemia vai acabar, ainda são se sabe quando. Apesar da luz ao fundo do túnel trazida pela vacina contra a Covid-19, ainda é difícil vislumbrar o “fim” ou quando é que tudo voltará ao “normal”. Uma coisa é certa: esperam-se tempos de entusiasmo (e até alguns excessos), uma explosão de negócios, artes e liberdade. O médico e sociólogo norte-americano Nicholas A. Christakis acredita que a partir de 2024 deverão iniciar-se os “loucos anos 20 do século XXI”, ainda que o caminho de recuperação seja longo.

Seja pela vacinação ou por infeção natural, “é provável que, pelo menos na OCDE e nos EUA, no final de 2021 ou no início de 2022, atinjamos a imunidade de grupo”. As palavras são do especialista que, numa entrevista o Público, explica que “o vírus vai continuar a circular e matar-nos” ainda que o seu poder epidémico se vá reduzindo.

Vamos precisar de algum tempo – até ao fim de 2023, talvez – para recuperar do choque social, económico, psicológico e clínico do vírus. Não esqueçamos: talvez cinco vezes mais do que o número de pessoas que morreram [por covid-19] terão algum tipo de deficiência a longo prazo [devido à infeção]. Se olharmos para a história das pandemias, leva tempo até que uma sociedade recupere”, diz ao jornal.

O norte-americano prevê que por “volta de 2024” teremos um período pós-pandémico e que vão iniciar-se por essa altura “os loucos anos 20 do século XXI”. “As pessoas que ficaram fechadas muito tempo vão procurar incansavelmente interações sociais em clubes noturnos, restaurantes, bares, eventos desportivos, desfiles políticos, concertos… Podemos esperar alguma libertinagem sexual. As pessoas vão gastar o dinheiro (agora, estão a poupar ou não têm sítio para o gastar)”, refere.

A longo prazo, acredita, a vida voltará ao normal. Mas, afinal, o que vai mudar? O especialista defende que não haverá mudanças radicais no nosso modo de vida, mas admite algumas alterações. “Trabalhar de casa vai continuar para muitas pessoas – as empresas vão constatar que fica mais barato, haverá funcionários que não vão querer perder tempo em transportes. As reuniões vão ser mais virtuais; a indústria das viagens de negócio e da hospitalidade vai mudar; coisas como entregas por drone vão tornar-se mais populares; vacinas com tecnologia ARNm terão um papel maior na medicina”, sublinha.

Consumo recupera em força

Num estudo recente, a consultora britânica Oxford Economics defende que os consumidores europeus estão “ansiosos” por começar a gastar depois da reabertura da economia, nomeadamente em lojas e restaurantes, segundo o Dinheiro Vivo. A recuperação deverá começar a verificar-se já no segundo semestre deste ano, intensificando-se em 2022.

Segundo os analistas, citados pela publicação, “tal como no caso da mobilidade, a restrição voluntária de gastos foi mais forte no início da pandemia, quando o consumo sofreu a queda mais acentuada”, e acreditam que, “sem restrições, as famílias estão dispostas a retomar os gastos, o que é consistente com os dados que mostram um afastamento entre o indicador do sentimento económico e a severidade do segundo confinamento, além disso, a confiança está muito melhor agora do que no primeiro semestre de 2020″

“As nossas estimativas sugerem que os consumidores vão responder rapidamente – numa questão de semanas – ao alívio das restrições”, indicam.

Fonte: Idealista

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